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Economia de Ponta Grossa ultrapassa Londrina e Foz e Iguaçu

De 2018 a 2019 Ponta Grossa registrou o maior crescimento na geração de riquezas entre as maiores cidades do estado e subiu duas posições no ranking paranaense

Foto: Arquivo DC

Impulsionada principalmente pela indústria e pelo comércio, dados do valor adicionado (VA) mostram que a economia de Ponta Grossa cresceu 10,76% no ano passado, subindo duas posições no ranking das cidades paranaenses que mais produziram riquezas.Em 2018 o maior município dos Campos Gerais somava R$ 8,69 bilhões de VA, o sétimo maior valor do estado durante o período. Em 2019 o montante subiu para R$ 9,63 bilhões, ultrapassando Foz do Iguaçu e Londrina e ocupando a quinta posição – e ainda ficando com apenas 1,5% a menos do que a quarta colocada, Maringá (R$ 9,77 bilhões); no ano anterior a diferença entre as duas cidades era 6 vezes maior.

Os dados são da Secretaria Estadual da Fazenda e foram disponibilizados nesta semana. Conforme destaca o secretário municipal da Fazenda, Cláudio Grokoviski, essa posição de destaque no cenário estadual se deu principalmente devido a

dois setores que se comportaram acima da inflação e da média do PIB nacional. “A nossa indústria cresceu 11,14% e o nosso comércio, que sempre teve aumentos moderados, subiu quase 21%”, destaca ele.

Considerando as variações dos valores de um ano a outro, entre as cidades mais populosas do estado PG teve o maior crescimento, de 10,76% nominal; se descontada a inflação do período (IPCA 4,31%), tem-se uma alta real de 6,45%. Entre as outras, já com os descontos da inflação, Curitiba registrou -0,91%, Londrina +1,49% e Maringá -1,91%.

Já entre as cidades que mais produzem riquezas São José dos Pinhais (3ª) acumulou a maior alta real, de 15,19% – nesse tempo diversos investimentos começaram a operar no local, como a Tachi-s (fabricante de assentos para veículos) e a nova unidade da Renault que produz alumínios para blocos e cabeçotes de motores.

O que é valor adicionado?

Conforme explica o secretário Cláudio Grokoviski, o valor adicionado é um mensurador de riquezas geradas que compõe o próprio PIB. “É a diferença do que a empresa comprou/utilizou na sua produção em relação à venda do seu produto. Ou seja, o lucro bruto desconsiderando os custos diretos e indiretos, como pessoal e transportes, por exemplo”, explica. “O valor adicionado é considerado o PIB das empresas geradoras de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços]. Somando estas às que não são tributadas por este imposto temos o PIB de um local”, categoriza, lembrando que entre as empresas que ficam de fora dessa classificação estão construtoras, bancos, hospitais, correios, entre outras.

Perspectiva para este ano

Questionado sobre as perspectivas para os resultados referentes a 2020, ano marcado pela crise econômica mundial decorrente da pandemia do novo coronavírus, o secretário municipal da Fazenda, é otimista. “Ponta Grossa é uma cidade com vocação industrial, setor que não foi tão prejudicado pela pandemia. Por isso, imagino que não teremos tantas perdas como outros municípios que têm o comércio predominante, como Maringá, por exemplo”, afirma Cláudio Grokoviski, concluindo que, ainda que cidade possa não ser tão prejudicada como outras, a pandemia deverá refletir em uma retração econômica.

Indústria

Observando os resultados por setores o melhor desempenho de Ponta Grossa é encontrado na indústria, na qual a cidade ocupa a 5ª posição com R$ 5,76 bilhões. A liderança é de Araucária (R$ 23,8 bilhões), seguida de São José dos Pinhais (R$ 12,98 bilhões), Curitiba (R$ 12,89 bilhões) e Foz do Iguaçu (R$ 6,68 bilhões).

Para o secretário municipal da Fazenda, esta posição é satisfatória, considerando o perfil dos municípios que estão à frente de PG. “Não há como concorrer com Foz do Iguaçu, que considera a Usina de Itaipu [hidrelétrica com a segunda maior capacidade instalada do mundo] como indústria, com Curitiba, que é a capital, com São José dos Pinhais, que possui diversas montadoras, e com Araucária, que possui a refinaria de petróleo”, compara Grokoviski.

Entre as dez maiores da indústria outras duas cidades da região dos Campos Gerais aparecem no ranking: Ortigueira em sétimo lugar, com R$ 2,98 bilhões, e Telêmaco Borba em oitavo, com R$ 2,75 bilhões – ambas possuem a presença da Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil.

Comércio

No comércio Ponta Grossa subiu uma posição de 2018 a 2019 ao passar Paranaguá, que é forte devido ao porto, e agora é a sétima maior do segmento com R$ 3,38 bilhões de valor adicionado. À sua frente estão Curitiba (R$ 25,45 bilhões), Londrina (R$ 6,27 bilhões), São José dos Pinhais (R$ 6,14 bilhões), Maringá (R$ 6,01 bilhões), Araucária (R$ 5,69 bilhões) e Cascavel (R$ 4,24 bilhões)

“Neste setor a nossa posição poderia ser melhor, apesar de os municípios que possuem uma maior atividade comercial serem muito fortes. Mas Araucária, por exemplo, só está entre as maiores porque algumas empresas que se utilizam do petróleo da refinaria estão enquadradas como comércio”, avalia Cláudio Grokoviski.

Serviços

Dentro da prestação de serviços, que engloba transportes e telecomunicações, Ponta Grossa ocupa posição semelhante à do comércio: sétimo lugar, com R$ 952,91 milhões. Lidera o ranking Curitiba (R$ 4,84 bilhões), seguida de São José dos Pinhais (R$ 2,26 milhões), Maringá (R$ 1,85 milhão), Paranaguá (R$ 1,62 milhão), Londrina (R$ 1,39 milhão) e Araucária (R$ 1,09 milhão).

Agropecuária

Já no setor primário o valor adicionado de Ponta Grossa é apenas o 20º maior do Paraná, com R$ 477,56 milhões – o que, para o secretário da Fazenda, também poderia ser melhor. Lideram a lista Toledo (R$ 2,18 bilhões), Castro (R$ 1,28 bilhão) e Cascavel (R$ 1,08 bilhão).

Dos Campos Gerais ainda se destacam Tibagi, em sétimo lugar (R$ 830,16 milhões), Palmeira, em 11º (R$ 596,61 milhões), Carambeí, em 12º (R$ 592,2 milhões), Piraí do Sul, em 13º (R$ 562,28 milhões), e Arapoti (R$ 515,35 milhões).

Relembre a reportagem publicada ontem que especifica a composição do valor adicionado de Ponta Grossa

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