Será inaugurado amanhã em Ponta Grossa o primeiro Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas – Campos Gerais). A estrutura foi construída em um terreno de 10 mil m² às margens da BR-376, doado em 2014 pela Prefeitura Municipal. A concepção, viabilização do projeto e construção da estrutura, com cerca de 800 m² de área funcional, levou quase 10 anos.
“Para nós é muito gratificante ver que esse espaço será inaugurado. Lá em 2012, quando nós falávamos sobre a ideia, ninguém acreditava. Então corremos atrás e conseguimos”, disse ontem o médico veterinário Robson Klimionte, presidente da Associação Instituto Klimionte Ambiental (IKA) e idealizador do Cetas.
O Cetas Campos Gerais é um dos principais projetos do IKA e terá a capacidade para receber animais silvestres feridos, vítimas de maus tratos, cativeiro ou tráfico. A estrutura foi dividida em dois módulos e custou cerca de R$ 2,5 milhões, obtidos por meio de termos de compromissos com usinas hidrelétricas.
“O Centro de Triagem vai contar com cerca de 12 profissionais do IKA, entre médicos veterinários, biólogos, agrônomos e auxiliares, que farão todo o atendimento necessário aos animais, como verificar suas condições de saúde, fazer os tratamentos específicos e oferecer o retorno ao seu habitat com segurança”, explica Klimionte.
De acordo com ele, os animais sem condições de voltar para a natureza serão encaminhados ao Instituto Água e Terra (IAT). O órgão, por sua vez, vai definir um mantenedor. Anteriormente os animais eram encaminhados para o Cetas em Tijucas do Sul, mas o espaço foi desativado em 2017.
Módulos
A partir de um Termo de Compromisso com o Consórcio Energético Cruzeiro do Sul, em 2014, foi possível viabilizar o chamado Módulo I – Setor de Aves. “O segundo Termo de Compromisso foi assinado com a Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu para a implantação do Módulo II – Setor de Mamíferos, Répteis e Anfíbios. Os dois módulos se complementam”, disse o presidente do IKA.
Em novembro de 2019, o IKA firmou o terceiro Termo de Compromisso, com a Tibagi Energia, para a compra do mobiliário e dos equipamentos. “O Cetas não terá apoio do governo com dinheiro, por isso estamos buscando empresas interessadas em obter o Selo Amigo da Fauna e conseguir aporte financeiro para o custeio das atividades. No auge de sua lotação, o local vai custar cerca de R$ 50 mil por mês”, apontou.
A estrutura do Centro de Triagem de Animais Silvestres tem capacidade para oito mamíferos grandes, além de pássaros e répteis. “O nosso diferencial é que ainda temos espaço para ampliação. Hoje estamos cuidando de alguns pássaros, quatis e bugios”, observou. Entre os parceiros também está a Universidade Estadual de Ponta Grossa, que vai fazer coleta de tecidos para o banco de DNA. Os procedimentos cirúrgicos serão realizados na Clínica Ekovet, como vêm sendo feitos.
Espaços para a fauna vitimada
Além do Cetas Campos Gerais, foram implantados no Paraná diversos Centros de Apoio à Fauna Silvestre (Cafs), em parcerias com o IAT, para oferecer atendimento de maneira regionalizada. Cinco Cafs foram criados e outros seis estão em fase de implantação. O modelo adotado propicia o recebimento e a avaliação imediata do animal com a definição dos cuidados necessários até a sua destinação.
Cafs implantados e em processo no Estado
Curitiba – parceria com a Prefeitura
Londrina – parceria com a Unifil
Guarapuava – parceria com a Unicentro
Cascavel – parceria com a Univel
Mauá da Serra – parceria com o Instituto Monte Sinai
Curitiba e Região Metropolitana (Cetas Metropolitano)
Maringá – parceria com a Unicesumar
Cornélio Procópio – parceria com a prefeitura e o Instituto de Pesquisa em Vida Selvagem
Toledo – parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Foz do Iguaçu – parceria com o Instituto Aves da Mata Atlântica
Litoral – parceria com a Unespar
Para ajudar o Cetas
Interessados em ajudar na manutenção do Cetas podem entrar em contato pelos números (42) 3028-5160, (42) 9 8403-6677, (42) 9 9938-9240 e (42) 9 9109-4845 ou pelo site www.institutoika.org.br.