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Paraná deixa de cruzar dados sobre infectados e vacinados

Imagem ilustrativa (foto: Aline Jasper / UEPG)

O número de contágios por coronavírus, de óbitos e de internamentos, caiu significativamente nos últimos dois meses no Paraná. É o que apontam os dados oficiais disponibilizados pelos boletins da pandemia no estado e nos municípios.

O avanço da vacinação é apontado como principal motivo para a mudança nas estatísticas, mas não é possível provar, porque o Paraná não cruza dados sobre infectados e vacinados contra covid-19.

Para entender como a vacinação reflete nos dados da pandemia, a reportagem do Diário dos Campos entrou em contato com a Fundação Municipal de Saúde, o Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais (HU-UEPG) e a Secretaria de Estado de Saúde (SESA-PR).

Foi selecionado o período dos últimos 10 dias, e solicitadas respostas às seguintes perguntas: quantos óbitos por covid-19 ocorreram no período, e quantas das vítimas haviam se vacinado? Quantos pacientes foram internados em UTI e enfermaria com covid-19, e quantos desses haviam se vacinado? Quantos novos casos de covid-19 foram confirmados, e quantos dos pacientes positivados haviam tomado vacina?

Infectados e vacinados

O HU-UEPG informou, por meio da assessoria de imprensa, que “não divulga dados clínicos dos pacientes”, embora a reportagem não tenha solicitado dados dos pacientes, mas sim do conjunto de atendimentos. O objetivo era traçar comparativo entre número de infectados e vacinados.

A FMS informou estar verificando a viabilidade de fazer o levantamento, de acordo com o controle de dados disponível, mas não deu data para informar se o levantamento será possível.

Sistema não é unificado

Já a SESA-PR foi direta, e informou não possuir os dados. “A SESA não possui um sistema que unifique essas informações no momento. Se houver um controle, ele é feito pelos municípios, o que pode não acontecer.

Seria preciso unificar o E-SUS e o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI). Mais à frente, a intenção é unificar, para ter esse dado”, declarou a secretaria, através de sua assessoria de imprensa.

A SESA acrescentou que a Notifica Covid, plataforma pela qual os município repassam dados da pandemia ao estado, sequer possui um campo para informar se os casos confirmados foram vacinados ou não.

Efeitos da imunização

Nesta semana, em entrevista à CNN Brasil, o infectologia Renato Kfouri declarou que, entre os novos hospitalizados com covid-19, a maioria é composta por aqueles que têm imunização incompleta.

Embora no Brasil somente agora a segunda dose comece a avançar, os dados corroboram o que já apontariam estudos feitos nos Estados Unidos e Israel. Kfouri é diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI), e declarou que também é maior o risco de o indivíduo não vacinado transmitir a doença. Também disse que, após seis meses da segunda dose, a proteção individual reduz independente do tipo de imunizante tomado.

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