Apesar de haver a divulgação diária de boletins referentes à covid-19, e um aparente esforço na transparência de dados referentes à pandemia, Paraná e municípios continuam apresentando dados divergentes que, em alguns momentos, acabam por lançar mais dúvidas do que esclarecimento.
No boletim estadual de segunda-feira (28), por exemplo, a Secretaria de Estado de Saúde (SESA-PR) informou o registro de seis novos óbitos atribuídos à doença. Já seria bastante incomum o número, considerando que a taxa de contágios ainda é considerada elevada. Mas chama a atenção a discrepância no comparativo com o dado do município de Ponta Grossa.
Segundo a prefeitura, a cidade teve 13 óbitos confirmados na segunda-feira. O número é bem maior do que o registrado em todo o estado, o que deveria ser impossível: uma cidade registrar mais óbitos do que o estado inteiro.
Mais de um ano após o início da pandemia, estado e municípios ainda não unificaram os dados e, via de regra, quando questionados, SESA atribui a divergência ao atraso na inserção de dados pelos municípios. E municípios atribuem a variação a um atraso na divulgação pelo sistema estadual.
Retroativos
De acordo com a SESA, é a falta de atualização no sistema pelos municípios que obriga à divulgação de casos retroativos. “As Regionais de Saúde, assim como a Sesa nível central, realizam monitoramentos constantes para cobrar dos municípios a notificação compulsória de casos e óbitos, além da finalização das notificações no sistema. Este trabalho tem sido realizado desde o início da pandemia, por isso, por diversas vezes a Secretaria informa casos e óbitos retroativos, que não haviam sido “finalizados” no sistema pelos municípios, e após insistência da secretaria, os municípios finalizam a notificação”. A Prefeitura de Ponta Grossa não confirmou, em nenhum momento, falha no repasse de dados à SESA.