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Cai número de casos, mas variante gera preocupação

Foto: José Aldinan
Foto: Arquivo DC

Mesmo com as reduções dos números de contágios, óbitos e ocupação dos leitos hospitalares por conta da covid-19, a variante Delta tem causado preocupação na população pelo seu alto índice de transmissibilidade e por conta dos seus sintomas iniciais amenos, que podem ser confundidos com um simples resfriado.

Em entrevista no estúdio do portal dcmais, a doutora em Ciências Farmacêuticas, Elisangela Gueiber Montes, professora dos cursos de Farmácia e Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), fez uma avaliação otimista sobre o cenário da pandemia em Ponta Grossa, mas reforçou importância de manter os cuidados.

“Se olharmos o que tínhamos há alguns meses, como a ocupação de 100% dos leitos de UTI e agora 70%, já demonstra uma redução dos casos graves da doença. Também observamos a redução do número de contaminados e isso é um ponto importante, pois indica uma redução da transmissibilidade, um declínio de pessoas passando a doença uma para as outras”, explicou.

A pesquisadora disse que, ao contrário do que ocorreu no começo deste ano, quando houve um aumento considerável dos números de casos e de óbitos em todo o Paraná, um cenário semelhante não deve voltar a se repetir.

“Agora temos as vacinas como medida de prevenção que reduz a gravidade dos casos e número de mortes. O que pode vir a ocorrer é a mudança das variantes, o que aumenta os riscos das pessoas virem a se contaminar. Mesmo nesse caso, não acredito em um cenário com muitas mortes, mas sim um aumento na ocupação dos leitos hospitalares”.

Delta

Com uma capacidade de transmissão maior, uma das variantes do Sars-CoV-2, conhecida como Delta, apresenta mutações genéticas múltiplas o que a torna mais transmissível, mesmo com a vacinação.

“Essa modificação do vírus conseguiu escapar da resposta do sistema imune com uma capacidade maior de transmissão. Ao contrário da cepa inicial, quando uma pessoa transmitia para outras duas ou três, hoje nós temos uma variante que é capaz de transmitir para cinco ou nove pessoas, aumentando o número de infectados”, alertou Elisangela.

O alerta é ainda maior levando em consideração que a nova variante pode ser transmitida por aqueles que já foram vacinados. “Ela é transmitida por pacientes que já foram vacinados, mesmo não sendo agressiva naqueles que foram imunizados”, observou. 

Por outro lado, a professora destacou que estudos demonstraram que as vacinas apresentaram uma proteção de 90% contra a variante Delta. “Isso vale também para a imunização contra a variante Gama, antes conhecida como P1, e que predomina no Paraná. Nenhuma vacina protege 100%, por isso a importância do uso da máscara mesmo após a vacinação”, ressaltou Elisangela.

Sintomas

Os sintomas da Delta são similares aos de um resfriado, o que também pode aumentar a transmissão entre as pessoas. Inicialmente, os sintomas da covid-19 eram tosse seca, perdas de olfato e de paladar e febre alta.

“Com a nova variante percebemos um sintoma como uma leve dor de garganta, por exemplo, o que faz com que as pessoas deixem de fazer o teste pensando que trata-se de um resfriado. Por outro lado, os sintomas podem evoluir de forma muito rápida, comprometendo boa parte do pulmão. Então, a qualquer sinal, mesmo pequeno que seja, é importante que se faça o teste”, finalizou.

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