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Voluntários cortam pinus do Parque Vila Velha

Foto: Agência Brasil

O último sábado (13) foi de muito trabalho para um grupo de voluntários no Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Armados com capacetes, perneiras motosserras e muito protetor solar, os 35 “amigos do meio ambiente” passaram o dia cortando pinus, árvore considerada invasora à vegetação local.

A ação se repete há oito meses e tem feito a diferença no trabalho de conservação da biodiversidade da região. Amparados pelo Programa de Voluntariado em Unidades de Conservação do Paraná (VOU) do Instituto Água e Terra (IAT), os voluntários já conseguiram remover cerca de mil hectares da espécie exótica de uma área total de 3,2 mil hectares. A meta é acabar com presença de pinus no local até o fim deste ano.

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Essa recuperação ambiental ganha respaldo na ciência. De acordo com o Programa do Estado do Paraná para Espécies Exóticas Invasoras, desenvolvido pelo IAT, essa invasão biológica é considerada a segunda maior causa de perda de biodiversidade no mundo, a primeira quando se considera apenas ilhas e Unidades de Conservação.

“É lindo ver que vamos tirando o pinus para retornar a mata nativa, os animais silvestres voltarem ao seu habitat natural”, destacou Juarez Bascoski, chefe do IAT na Unidade de Conservação. “Estava de folga, poderia ficar em casa, mas decidi ajudar. Acredito que a natureza é de todos, é a responsabilidade também é de todos nós”, completou o voluntário Cleiton Daniel Carvalho.

Gerente de Biodiversidade do IAT, Patrícia Calderari explicou que uma espécie é considerada exótica ou invasora quando se estabelece fora de sua área de distribuição natural e, sem a intervenção humana, tem a capacidade de sobreviver e proliferar, avançando sobre espécies locais e ameaçando habitats naturais, o que causa impacto ambiental negativo.

Esse é o caso do pinus. Espécie de pinheiro, originário da América do Norte, foi inserido no Brasil há mais de um século para fins ornamentais. Porém, desde 1960, é cultivado em larga escala comercial como matéria-prima em indústrias de madeira, laminados, resina, celulose e papel, especialmente nas regiões Sul e sudeste do País.

A dificuldade do controle do pinus, ressaltou a gerente, se dá pela anatomia das sementes. Elas são leves e possuem um formato alado, que favorece a aerodinâmica para voarem por até oito quilômetros de distância da árvore-mãe. “O pinus tem a sua importância econômica, mas a dispersão descontrolada das sementes é prejudicial. O resíduo florestal do pinus, que parece um capim, cobre o chão e essa cobertura do solo impede que a vegetação nativa dos campos prospere. Essa vegetação vai morrendo e perdendo habitat”, afirmou.

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