O fundador da Calpar, empresa de calcário de Castro que é a maior mineradora da América do Sul do produto, foi homenageado no nome de uma estrada que corta a cidade. O trecho da PR-340 que começa no final da Avenida Prefeito Ronie Cardoso e vai até a interseção com a PR-090 foi nomeado de “Rodovia do Leite Dionísio Bertolini”.
A formalização foi feita pela Lei Estadual 20.869, proposta pelo Deputado Estadual Hussein Bakri e sancionada pelo governador Ratinho Jr, e entregue oficialmente nesta quinta-feira (26) por Bakri à família Bertolini.
Dionísio faleceu em março do ano passado, vítima de covid-19, após ter ficado internado por três semanas devido a complicações da doença.
História
Dionísio Bertolini nasceu em 16 de novembro de 1939, em Santo Antônio da Platina. É casado com Helga Marisa de Carvalho Pusch, com quem teve três filhos: Paulo Antonio, Mario Bernardo e Marcos Roberto. Seus pais, Mario Bertolini e Aparecida Bolognesi, eram filhos de imigrantes italianos que tinham fazenda de café no norte do Paraná, em Ubá, na região entre Santo Antônio da Platina e Jacarezinho. A família veio para Castro em novembro de 1955 por recomendação médica, já que Dionísio tinha problemas respiratórios e o clima da cidade era favorável para sua recuperação.
Desde os 17 anos já colaborava com o orçamento da família. Seu primeiro empreendimento, em 1956, foi uma lavanderia, estruturada nos fundos de sua casa. Em seguida, seu pai comprou a padaria Esmeralda e ele ficou responsável pelo empreendimento. Para aproveitar o tempo que tinha disponível após a entrega do pão e a administração da padaria, resolveu montar uma oficina e revenda da Volkswagen. Após conversar com os diretores da indústria no Brasil, em São Bernardo do Campo, e fazer um acordo com a revendedora de Ponta Grossa, fundou a Castrowagen, que mais tarde foi vendida e transformada na Amusa.
Em 1962, Dionísio decidiu plantar batata na chácara que a família havia comprado perto da cidade, em São Tomé. Apesar do sucesso, saiu na hora certa, pois em 1965 veio a grande quebra dos produtores do alimento. Em seguida, abriu uma borracharia com serviço de recapagem de pneus, próximo ao quartel.
Em 1968, estimulado pelo especialista em fertilidade de solo e adubos, o alemão Klaus Nixdorf, Dionísio e mais dois sócios, Jamil Fadel e seu pai, fundaram a Calpar. Hoje, a empresa tem capacidade de produção de 1,5 milhões de toneladas por ano, com 100% da indústria em área coberta, tornando-se a maior produtora de calcário agrícola do país.
A Calpar faz parte de uma holding sob a direção de Dionísio, que também inclui as empresas Comércio e Agropecuária Brotas, a Granfinale Sistemas Agrícolas, a Agropecuária Vale do Iapó, fazendas de agricultura e pecuária, DBO Agrícola e as Termas Riviera, que empregam aproximadamente 250 funcionários.