A Polícia Civil concluiu nesta semana o inquérito do acidente que matou sete pessoas na BR-277, em Fernandes Pinheiro, no mês de janeiro. O motorista do ônibus da empresa Catarinense foi indiciado por lesão corporal e homicídio doloso, no qual assume o risco de matar. Isso porque o delegado Wesley Vinícius, responsável pelas investigações, descobriu detalhes que culpabilizam o condutor. Entre as provas está um e-mail que alertava para o risco de tragédia.
“Pra começar, nem sei porque ele [motorista] foi contratado, já que não passou no teste psicológico e mesmo assim o chamaram para trabalhar nesta empresa. O que vocês não sabem é que ele está colocando a vida das pessoas em risco, pois o mesmo não consegue dormir o suficiente durante o dia para fazer uma longa viagem à noite. […] Estou avisando para que vocês observem e tomem medidas preventivas para evitar uma tragédia”, diz parte da mensagem.
De acordo com o delegado, a pessoa enviou o e-mail com este conteúdo para a empresa que contratou o motorista. No entanto, durante as investigações do acidente fatal, um representante da Catarinense disse à Polícia Civil que nunca recebeu a mensagem que alertava sobre as condições do funcionário.
Indiciamento
Ao todo, sete passageiros morreram no veículo da empresa Catarinense, sendo cinco argentinos. Outros estrangeiros ficaram feridos. O ônibus havia saído de Florianópolis com destino a Foz do Iguaçu – cidades turísticas do Sul.
Durante as investigações foram realizadas diversas diligências, entre elas oitivas de testemunhas e realizadas perícias pelo Instituto de Criminalística. Com isso foi possível eliminar a possibilidade de falha mecânica e apurar que o motorista adormeceu na direção, causando o acidente.
O delegado Wesley Vinicius conta que o motorista vinha apresentando comportamento inadequado na direção do veículo há, aproximadamente, seis meses.
“Chegando a desviar-se do curso da via devido a episódios de sonolência, utilizar o celular durante a condução do ônibus e a ignorar advertências de que o seu comportamento poderia resultar na fatalidade tragicamente ocorrida”, pontuou o delegado do caso.