Trabalhadores que atuam ou já atuaram na BRF de Carambeí podem receber valores atrasados de adicional noturno não pago integralmente pela empresa. O motivo é uma ação coletiva movida pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Carambeí e Região (Sintac).
Segundo o presidente da entidade, Wagner Nascimento, a empresa deve entre R$ 45 milhões e R$ 50 milhões, no total. “A ação é válida para quem trabalhou na indústria entre novembro de 2008 e novembro de 2014. Até o momento já identificamos cerca de 5,2 mil trabalhadores com valores a receber, mas quem trabalhou neste tempo e tiver dúvidas pode nos procurar também”, afirma ele.
De acordo com o sindicalista, cerca de 1.500 pessoas já receberam o pagamento e, até agora, o menor valor pago a um trabalhador foi R$ 110, enquanto que em alguns casos os montantes ultrapassaram R$ 100 mil. “Depende muito do tempo de serviço e pagamento feito na época”, conta.
Motivo
A ação é motivada pelo não pagamento integral do adicional noturno. Conforme explica Nascimento, a BRF pagava o adicional noturno apenas até às 5 horas da manhã, mas deveria estender o pagamento até a hora que o trabalhador da madrugada saísse do expediente.
“Em 2015, no auge de algumas greves, percebemos que a BRF não vinha pagando as horas noturnas corretamente. O trabalhador que entrava às 22 horas e saía às 6 horas, por exemplo, só recebia o adicional até às 5 horas, sendo que devia receber até o horário que terminou de trabalhar”, explica o presidente do Sintac.
“Tentamos negociar direto com a empresa, mas não foi possível, então entramos com uma ação coletiva. Ela ficou tramitando muitos anos e foi para diversas instâncias, e quando estava prestes a ir para o STF a empresa aceitou o acordo judicial, viabilizado pelo TRT [Tribunal Regional do Trabalho]”, lembra ele.
Como reivindicar
Os interessados em conferir e/ou reivindicar os valores podem entrar em contato com o Sintac através do telefone (42) 99966-2730. Por conta do prazo da ação, o cadastro deve ser feito até outubro deste ano.
“Lembrando que quem entrou com ação individual e já recebeu não vai receber novamente”, diz Nascimento.