A nova administração encontrará, na contabilidade pública de Ponta Grossa, uma situação bastante diferente e muito mais tranqüila do que aquela enfrentada há oito anos, pela equipe do prefeito Pedro Wosgrau Filho. Em dezembro de 2004, a dívida total da administração era o equivalente a 75% do orçamento daquele ano (com valores devidamente corrigidos). Este mês, conforme anunciado ontem pelo prefeito Wosgrau, depois de uma nova avaliação no fechamento dos números relativos ao período, a conta está assim: as dívidas integrais representam 52% do orçamento anual vigente.
Dessas dívidas, uma parte substancial refere-se a financiamentos de longo prazo, alguns dos quais com carência de 60 meses (ou seja, nem terão os pagamentos iniciados no próximo período de governo) e outras com parcelamentos bastante elásticos. Conforme o prefeito Wosgrau Filho, há ainda uma parte dessa dívida que está sob discussão, inclusive judicial, e que envolve débitos pendentes com o FGTS, PASEP e com a empresa Vega. Dependendo do andamento dos processos, essas dívidas, ou parte delas, podem nunca ser efetivadas, e portanto não precisando ser pagas porque não reconhecidas, e parte ser parcelado, informa o chefe do Executivo.
De toda forma, estima-se que nos próximos quatro anos, o serviço da dívida ou seja, o valor efetivamente a ser pago será de algo próximo a R$ 80 milhões. Como nesse mesmo período de quatro anos o orçamento do município deve ficar em torno de R$ 2,3 bilhões, o pagamento da dívida será o equivalente a quatro pontos percentuais desse total. O que temos, de fato, é isso: o pagamento da dívida, nos próximos quatro anos, vai comprometer aproximadamente 4% do orçamento, resume Wosgrau.
Em contrapartida, existem valores expressivos para serem recebidos. Se forem somados os haveres de contribuição de melhoria, da Companhia Pontagrossense de Serviços (CPS) e da Prolar, os créditos chegam a R$ 45 milhões.
Sem dúvida, muito longe das previsões catastrofistas, estamos entregando a Prefeitura numa situação muito melhor do que quando a recebemos: temos um excelente volume de recursos a receber e uma dívida que, além de reduzida diante da magnitude do orçamento para os próximos quatro anos, e do volume de obras, serviços e programas implantados, tem um perfil bastante administrável, anota Wosgrau.
Boxe (não pode cortar)
Rangel contesta e fará auditoria
A equipe de Marcelo Rangel trabalha com expectativa de uma dívida municipal de R$ 300 milhões. O novo prefeito garante que pedirá auditoria da gestão de Pedro Wosgrau Filho, para apurar a dívida real do Município, já que Wosgrau fala em R$ 80 milhões, e dados expostos no Portal da Transparência demonstram uma dívida consolidada até o segundo quadrimestre de R$ 232,58 milhões. Porém, ainda conforme a publicação, somada a dívida contratual, o montante chegará a R$ 412 milhões.
| Arquivo DC |
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Wosgrau: muito longe das previsões catastrofistas, estamos entregando a Prefeitura numa situação muito melhor do que a recebemos |