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Vacina não deve ser obrigatória, mas governo demora para agir, diz Paraná Pesquisas

Foto: Agência Brasil

Por Walter Téle Menechino

A maior parte dos brasileiros acha que no debate sobre a vacina chinesa, a Coronavac, entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador paulista João Doria, o primeiro tem razão. Mesmo assim diz que vai tomar o imunizante desenvolvido no país de origem da pandemia. Até porque Bolsonaro reviu sua posição. A maioria, 61,4%, também diz que Brasília está demorando demais para tomar decisões sobre a vacinação.

As afirmações partem da aferição de uma pesquisa nacional realizada pela Paraná Pesquisas, encomendada pela revista Veja, com questionários aplicados entre os dias 12 e 16 de dezembro. Um parênteses, antes dos números: Ponta Grossa assinou um protocolo com o Butantan, do governo de São Paulo, para a aquisição de 16 mil doses para vacinar os profissionais de saúde (são necessárias duas aplicações por indivíduo).

A primeira pergunta feita pelos pesquisadores, de forma presencial e por telefone, para 2.206 brasileiros maiores de 16 anos residentes nos 26 Estados de Distrito Federal foi se a vacinação deveria ser obrigatória, como já definiu em decisão monocrática o Superior Tribunal Federal (STF). A maioria respondeu não. Eis os resultados:

  • 52% – Não
  • 46% – Sim
  • 2% – Não sabe ou não respondeu

Na estratificação por sexo, os homens responderam majoritariamente não (56,2%). Já o porcentual das mulheres é menor: 48,6%. A diferença entre a soma dos dois percentuais são de homens e mulheres que não responderam ou não sabe se são favoráveis ou não à obrigatoriedade da imunização.

Quanto ao grau de instrução, a maioria dos pesquisados com nível superior entende que a imunização não deve ser obrigatória (55,7%), principalmente os que moram no Sul do país (56,4%). O percentual do pessoal formado em faculdade que reside no Norte e Nordeste é menor (48,8%).

Tomaria a Coronavac?

A segunda pergunta da Paraná Pesquisa foi: o (a) Sr(a) tomará a vacina chinesa, ou seja, a Coronavac, caso ela seja aprovada? As respostas foram:

  • 33,5% – Não
  • 62,4% – Sim
  • 4,1% – Não responderam ou não sabem

O maior percentual das pessoas que disseram que não tomarão a vacina chinesa, mesmo tendo sido aprovada, é de pessoas com ensino fundamental (34,9%) e o menor tem ensino médio (32,1%).

Tem medo de efeitos colaterais?

A terceira pergunta foi: “Considerando que as vacinas contra a covid foram feitas em prazo muito rápido, o(a) Sr(a) tem medo de que elas possam provocar efeitos colaterais?”. Confira as respostas:

  • 36,1% – Não
  • 60,9% – Sim
  • 3% – Não sabem ou não responderam

A estratificação mostra que os jovens, de 16 a 24 anos, sã, com larga vantagem, os que mais temem os efeitos colaterais (66%). Já os idosos (mais de 60 anos) são os que menos receiam problemas adversos (55,9%). Em relação ao grau de instrução, 40,2% dos pesquisados com ensino superior responderam não. São os mais confiantes.

Quem tem razão: Bolsonaro ou Doria?

A pergunta feita pelos pesquisadores foi: “Na discussão pela aprovação da vacina chinesa, em sua opinião, quem tem razão, o governador de São Paulo João Doria
ou o presidente Jair Bolsonaro?”. As respostas foram:

  • 43,3% – Bolsonaro
  • 38,7% – Doria
  • 18% – Não sabem ou não responderam

As maiores vantagens de Bolsonaro foram entre os brasileiros com grau de instrução fundamental (44,8%) e no Sul do País (44,9%). Os jovens têm dúvidas, já que um de cada quatro não respondeu ou disse que não sabia (25,6%) qual dos dois políticos tem razão. Mas os idosos não vacilaram: 51,7% ficaram com o presidente.

Governo federal está demorando?

A sondagem pelo método PPT (Probabilidade Proporcional ao Tamanho), que segundo a Paraná Pesquisas têm grau de confiança de 95% e margem de erro de 2% quis saber: “O governo brasileiro está sendo lento na aprovação de uma vacina e na implementação de um plano nacional de imunização?”. A maioria disse sim.

  • 34,6% – Não
  • 61,4% – Sim
  • 4% – Não respondeu ou não sabe

Curiosamente os mais críticos são os jovens, faixa etária na qual as consequências da covid-19 são menos graves – talvez pela ansiedade de dar um basta ao isolamento social: 76,4% respondem que sim. Já os idosos, os mais vulneráveis às complicações do Sars-Cov-2, são os mais otimistas: 53,9% disseram sim.

Obs: O portal dcmais teve acesso à pesquisa após a edição da Veja chegar aos assinantes e bancas.

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