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Profissão Piloto: uma aeronave inteira para elas

Se no passado a mulher era educada para os afazeres domésticos e à criação dos filhos, hoje ela é livre para ser o que quiser. Elas já provaram sua capacidade para todas as profissões e aprenderam a lidar com o preconceito. As mulheres estão em todos os lugares e se destacando inclusive nos céus.

Larissa Sebastiany Bernardo, 30, sabe bem o que é dominar o espaço. Há 10 anos ela comanda uma aeronave. Há sete anos está na Azul Linhas Aéreas e conduz voos internacionais.

Início

“Meu pai é piloto, minha mãe comissária. Eles se conheceram em um voo na empresa onde trabalhavam e assim formaram a nossa família. Então, eu já nasci com aviõezinhos flutuando em minhas veias. Minha irmã seguiu os mesmos passos e hoje é comissária de bordo. Vivia a rotina de uma família inteira de tripulantes, via meus pais irem e virem, e viajei muito com eles. Mesmo assim, durante um bom tempo, não percebi que isso fazia parte de mim. Quando me formei no colegial, eu era muito nova e não tinha ideia de qual profissão seguir. Prestei vestibular para cursos que não tinham nada a ver com a aviação. Passei em alguns e optei por um deles. Cursei, e no terceiro ano comecei a estagiar em uma empresa na qual eu tinha a rotina de uma pessoa normal, segunda a sexta, das 08h30 às 18h30. E aí foi quando eu descobri que essa rotina me matava um pouquinho a cada dia! Que não era isso que eu queria para mim… Paralelo a isso, na mesma época, a empresa onde meus pais trabalhavam fechou as portas, e então eu perdi tudo que se relacionava a aviação na minha vida. Foi aí que senti uma saudade enorme de estar dentro daqueles aviões e aeroportos com a mesma facilidade como eu sempre estive… E então eu resolvi mudar toda minha vida e me dedicar ao voo”.

Preconceito

“Nunca senti qualquer preconceito na minha carreira de piloto. Hoje já é sabido que as mulheres possuem a mesma capacidade intelectual que os homens. Sempre digo que o baixo número de mulheres na aviação se deve à falta de interesse do universo feminino por essa profissão. Sabemos que muitas pessoas ainda pensam que só homens podem pilotar uma aeronave, mas acredito que isso está mudando com o passar tempo. Atualmente, já somos um número bem maior que na época em que meu pai começou a voar, por exemplo. As estatísticas não mentem”.

Carreira

“Eu sou copiloto do Airbus A330, a maior aeronave da Azul. Faço voos para os EUA e Lisboa. Às vezes, também voamos em rotas domésticas de longa distância, como Campinas-Manaus e Campinas-Recife”.

Lazer

 “Acho engraçada essa curiosidade que todos têm em relação a tripulantes, porque na minha cabeça as coisas funcionam de uma forma simples e diferente. Só porque talvez eu não esteja/durma em casa todos os dias, não quer dizer que eu não tenha horas de lazer, vida social ou não me divirta. E quem trabalha das 8h às 18h? Pega trânsito pra chegar em casa e ainda tem que dar atenção a família, comer, descansar e talvez ir à academia para, no dia seguinte, retomar tudo mais uma vez? Tenho dias da semana ou finais de semana em casa, não necessariamente nos mesmo dias, mas às vezes fico fora quatro dias. Em compensação, depois posso ter mais 4/5/6 dias em casa consecutivos. Então não, não acho difícil conciliar [conciliar a carreira com os afazeres domésticos]. Não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível. Quando se tem amor de verdade, há compreensão. E nada é difícil quando se tem vontade de fazer dar certo.

Surpresa

Os passageiros ficam surpresos. É natural do ser humano idealizar um estereótipo, neste caso, para a profissão que exerço. Quando me olham, dificilmente diriam que sou piloto. Por ser mulher e trabalhar em um meio predominantemente masculino, você automaticamente acaba sendo mais observada, mais visada! Muitas vezes, a maioria das pessoas sabe quem você é, só pelo nome! É mais fácil associar o nome à pessoa.

Larissa: “o baixo número de mulheres na aviação se deve à falta de interesse do universo feminino” (Foto: Arquivo Pessoal)

 

 

 

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