A Tetra Pak, indústria global de embalagens e processamento de alimentos que possui uma unidade em Ponta Grossa há vinte anos, está lançando a primeira bebida láctea tratada termicamente após fermentação já produzida no mercado brasileiro em parceria com a Betânia. Em outras palavras, o produto se assemelha a um iogurte que dispensa refrigeração que permite o seu transporte, armazenamento e consumo em temperatura ambiente.
O seu desenvolvimento contou com suporte da rede mundial da indústria e de parceiros, resultando em uma solução adaptada ao mercado local, conforme explica Vivian Leite, diretora de Marketing da Tetra Pak Brasil. “Nós vemos o que acontece lá fora e identificamos tendências que podem virar oportunidades no país. Percebemos o consumo deste produto no mercado asiático e buscamos desenvolver uma opção voltada ao público brasileiro”, conta Vivian.
Após testes na Dinamarca e na Suécia a fórmula foi trazida para estudo no país, no Centro de Inovação ao Cliente (CIC) da Tetra Pak localizado em São Paulo; a produção ficou por conta da Betânia, uma das líderes do mercado nordestino. “Inicialmente o ‘Yogi & Leve’ será disponibilizado no Nordeste brasileiro por a produção da Betânia ser muito forte por lá, mas em breve deve ser distribuído para todo o país, já que enxergamos potencial nesse lançamento”, explica a diretora de marketing da Tetra Pak.
Para o consumo, a grande diferença é a facilidade. Segundo pesquisas e estudos encomendados pelas empresas, mais de 60% do consumo de iogurtes tradicionais acontece em lanches de ocasião, sendo que 40% dos brasileiros mantêm bebidas lácteas em sua dieta. “Por não necessitar de refrigeração, produtos como o Yogi & Leve viram uma opção de snack prático e saudável para consumo fora de casa”, avalia a Tetra Pak.
Já para a economia, por eliminar o transporte em cadeia fria o custo tende a ser reduzido. Atualmente a fabricante estima que o custo de distribuição chegue a representar 30% do valor final de produtos que necessitam de refrigeração.
Em complemento, consegue alcançar prazo de validade estendido: enquanto os iogurtes tradicionais têm uma durabilidade de cerca de seis semanas, a formulação desta nova bebida láctea permite que ela permaneça adequada para consumo por até quatro meses, sem necessidade de adição de conservantes ou ingredientes artificiais – possibilitando a redução de custos e perdas de produto ao longo da sua cadeia de produção, distribuição e venda.
“A Tetra Pak está em constante processo de inovação. Um grande case de sucesso que desenvolvemos é a água de coco; antigamente ela era descartada, apenas um subproduto do leite de coco e coco ralado. Desenvolvemos uma tecnologia que permitisse o seu armazenamento e hoje ela é uma bebida popular no mercado consumidor”, conta Vivian Leite.
Unidade ponta-grossense é a terceira maior do grupo
A unidade da Tetra Pak localizada no Distrito Industrial de Ponta Grossa completa 20 anos na cidade como a terceira maior do grupo em volume e a sexta maior em capacidade instalada. A produção local, focada na produção de embalagens cartonadas, abastece o mercado nacional e países na América Latina e África.
O investimento inicial de instalação chegou a R$ 100 milhões, e novos aportes de R$ 200 milhões foram realizados a fim de ampliar a capacidade produtiva e expandir a variedade de formatos e tamanhos de embalagens produzidos na unidade. A indústria é a maior geradora de valor adicionado no município – ou seja, riquezas –, conforme dados da Prefeitura Municipal relativos ao último ano-base divulgado (2017).
Com o fomento de 450 vagas diretas de emprego e outras 200 indiretas, o quadro efetivo da Tetra Pak ponta-grossense corresponde a mais de um quarto do total brasileiro, que possui duas plantas de produção, sete escritórios de vendas e assistência técnica e um centro de inovação ao cliente.