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“Tenho absoluta tranquilidade”, diz Rangel, sobre ações no MP

 

O prefeito de Ponta Grossa Marcelo Rangel (PPS) se diz tranquilo, mesmo com o Ministério Público (MP) tendo ajuizado duas ações contra ele, pedindo, inclusive, o bloqueio de bens. A primeira denúncia diz respeito a irregularidades que seu partido teria cometido, quando ele ainda era deputado estadual. A segunda, afirma que a Prefeitura cometeu irregularidades nos contratos da München Fest em 2013. Ambos os casos tramitam na Justiça e Rangel afirma ter certeza de sua inocência, e que as duas ações não são procedentes.

Em entrevista exclusiva ao Diário dos Campos, o prefeito ainda justifica a opção por não abrir licitação em um novo contrato com a Sanepar, critica a oposição por agir na base do ‘quanto pior, melhor’, além de ressaltar feitos na área da educação e saúde. A projeção para o ano que vem, apesar da falta de recursos, é atingir a meta estabelecida no início de campanha para pavimentação de ruas no município. Rangel ainda assegura, mais uma vez, que não pensa nas eleições do ano que vem, embora admita que o processo de 2016 terá de ser ‘repensado’. Confira trechos da entrevista:

 

 

Diário dos Campos – Esta semana o município anunciou a proposta de renovação de contrato com a Sanepar. Por que houve a opção pela renovação, e não de uma licitação?

Marcelo Rangel – Eu considero importante esse debate e considero que a proposta oferecida é uma proposta de investimento de grande potencial para nossa cidade, e metas que tão sendo estabelecidas e cumpridas imediatamente, nosso contrato venceria em 2026 e pensei, se nós podemos receber investimentos muito grandes em infraestrutura em meta de saneamento básico, obras e programas que são benéficos para toda a população nesse momento de crise, por que não debater esse assunto? O contrato da Sanepar tem que começar de uma nova fase, tem que ser novo, a CPI orientou o Executivo a terminar o contrato, nós estamos fazendo isso, temos que ter um novo contrato. Que pode se dar por licitação aberta, que pode vir qualquer empresa do Brasil, pode ser feito por meio de convênio com o governo do Estado, que seria uma nova proposta, ou a prefeitura assumir. A prefeitura não tem estrutura para fazer o saneamento e todo o serviço da Sanepar em Ponta Grossa, não existem condições e os exemplos de cidades q assumiram esses serviços foram desastrosos. A licitação poderia causar uma celeuma jurídica que iria se estender por um período sem previsão, porque o contrato está em andamento, e onde foram feitas licitações, empresas que n possuem nem know how, nem estrutura, empresas até desconhecidas acabaram deixando a desejar.

 

DC – Na pavimentação, há investimentos anunciados, mas também críticas ao serviço…

Rangel – Uma das maiores deficiências que nossa cidade tem é na área de infraestrutura. A pavimentação central é muito antiga e além de deteriorada, ela também foi mal feita, e com o tempo estamos sofrendo desgaste no pavimento, então o investimento que fizemos, não só nas vias principais, mas nas entradas, nas vias mais movimentadas, que consideramos artérias, foram investimentos pesados e que estão sendo feitos. Os investimentos nos bairros são pesados, somente do programa de habitação da Prolar, já superamos mil quadras em pavimentação asfáltica, já chegamos a 120 km de pavimentação nos bairros, mas a nossa meta é muito alta, temos que ir adiante com muita responsabilidade e com limitações orçamentárias, devido à crise. Quando se fala em infraestrutura, pavimentação, se trabalha com governo federal e com o estadual, com financiamento dos dois, porque o investimento é alto. E infelizmente em 2015 tivemos a dificuldade dos repasses do governo federal, que está em dificuldade financeira. Mas conseguimos avançar, fazendo investimentos através da CPS, da Secretaria de Obras, de todas linhas de pavimentação nos bairros. E agora com esses investimentos de R$ 11 milhões do Paranacidade eu acredito que vamos, senão conseguir alcançar a meta estipulada no início da nossa gestão, chegar muito próximo dela.

DC- Como o Sr. avalia estes três anos de gestão, e o que esperar para o ano que vem?

Rangel – A nossa gestão ela passa pelo momento mais difícil da historia do nosso país, a cidade enfrenta, como todos os municípios, os problemas de uma crise ética, politica e principalmente econômica, que faz com que tenha dificuldades de grandes investimentos. Mas ainda assim Ponta Grossa teve uma evolução muito grande em áreas que considero de planejamento de futuro, principalmente na educação. Partimos de uma escola em tempo integral e hoje temos mais de 70 instituições em tempo integral. E queremos iniciar 2016 lançando o programa de escola integral para 95% da rede de ensino. Também evoluímos na área da saúde, fizemos a contratação de 700 novos funcionários e com isso praticamente dobramos o numero de atendimentos. Aumentamos 85% das equipes médicas, melhoramos o Saúde da Família, com investimentos substanciais na área da saúde básica e também fizemos investimento que teve resultado de opinião pública muito positiva, que foi a UPA do Santa Paula e o PAI (Pronto Atendimento Infantil). Na mobilidade urbana, temos um transporte público com preço justo, temos a menor tarifa, com passe livre. O ‘Sem Parar’, que foi um avanço no nosso transporte público, os binários, e a prioridade com relação a pedestres. Ponta Grossa investiu em semáforos para pedestres, faixas elevadas, sinalização, lombadas eletrônicas e agora também estamos fazendo investimentos em redutores de velocidade, os radares, que alias se tornou uma polêmica.

 

DC- Os radares anunciados recentemente geraram algumas críticas…

Rangel – Quero fazer um adendo sobre os radares. Nossa cidade ao longo dos últimos anos teve uma significativa alteração na velocidade média dos motoristas, aumentou muito, e com isso acidentes com mortes aconteceram. Aliado a isso, a população, em todos os bairros, por exemplo, na Souza Naves, Santa Terezinha, vila Cipa, se mobilizaram pedindo redutores de velocidade. Eu sou contra a indústria da multa, por isso, redutores de velocidade, radares, precisam ter sinalização extremamente evidente, com sinalização por toda a via, e só paga multa quem não obedece a legislação. Devido às fatalidades, aos mais de 150 pedidos feitos diretamente à Prefeitura, nós, junto, com a Polícia Militar, que também fez uma recomendação para mudar o sistema de sinalização, para fazer com que os motoristas tenham mais cautela, fizemos esse investimento.

 

DC – Esta semana o Ministério Público (MP) ajuizou duas ações contra o Sr. Uma a respeito de problemas quando o Sr. ainda era deputado estadual e outra sobre irregularidades cometidas na contratação de atrações da München Fest. O que o Sr. tem a dizer sobre estas decisões?

Rangel – Primeiro, que as recebi com muita surpresa. Porque nas duas ações não tive a oportunidade manifestar a minha defesa, não fui citado, para colocar meus posicionamentos. No primeiro caso a ação foi direcionada ao partido e aos lideres da bancada do PPS. Nesse primeiro caso eu deixei muito claro que se trata de uma interpretação feita pelo MP, e dessa interpretação, no meu caso é diferenciado, porque tive um jornalista que trabalhava diariamente dentro do plenário da Assembleia Legislativa, então a interpretação é diretamente com o partido, e acabou se estendendo a mim por isso que causou bastante estranheza. Mas estaremos fazendo toda a defesa, mesmo porque nós temos toda a documentação, todas as provas, inclusive testemunhais, históricos de frequência dentro do plenário, porque se tratava de um funcionário que trabalhava todos os dias dentro do plenário. Tenho absoluta tranquilidade com relação a esse assunto, que será tratado pelos advogados do PPS. No segundo caso eu também não tive a oportunidade de me manifestar, através de documentos, de defesa, porque o que foi realizado em 2013, em meu primeiro ano, foi realizado ao longo dos anos na München, nos mesmos moldes. Nas outras administrações sempre foi realizada dessa maneira, o MP entende que dessa maneira está incorreta, e a respeito. Mas a denúncia não pode ser seletiva. Estamos levando à luz dos fatos todos os documentos que a Procuradoria, que nos deu a orientação para realizar nesses moldes, por isso temos uma defesa extremamente fundamentada, e com todas as prestações de contas. Tivemos uma CEI na Câmara, que recebeu todos os documentos e depoimentos. Tudo que foi realizado de fiscalização, controle, a ponto do relatório ter sido arquivado e não ter sido encontrado nenhuma irregularidade. Então tenho absoluta tranquilidade, serenidade de poder fazer a minha defesa, e a convicção de que a denúncia será improcedente.

DC- Nos últimos meses surgiram várias denúncias, apresentadas principalmente pela oposição, e levadas ao MP para averiguação. Como o Sr. tem recebido estas denúncias?

Rangel – A oposição na minha gestão sempre trabalhou com denúncias e factoides. Que geraram desconforto, inclusive para a população. Essas denúncias foram arquivadas, avaliadas pelo MP. O que sempre coloco é que denúncias vazias, denuncismo acaba prejudicando o trabalho que está sendo realizado em uma administração, e isso acaba impactando na evolução dos serviços para a população. Não concordo com a oposição destrutiva, com a oposição que prega “o quanto pior melhor”. Eu já trabalhei no passado como oposição, mas com respeito ao governo, e infelizmente não vemos isso aqui. A oposição trabalha com suposições, com denúncias infundadas e com calúnias e difamação.

DC- O Sr. já pensa na reeleição?

Rangel – Eu sempre falo que não penso em eleição, estou muito focado em realizar as minhas metas, nos projetos que quero entregar a população até o fim do mandato. Mas penso que a eleição do ano que vem ela tem que ser muito repensada, seja quem for o candidato. Porque estamos em um momento de dificuldade e instabilidade política no país, onde governos acabam sofrendo justamente pela falta de respaldo politico nacional. Também creio que a maturidade e experiência política são importantes para a construção de um plano para uma cidade, porém, até mesmo a experiência política nos dias de hoje está sofrendo pelo fato do cidadão hoje estar descrente com a política. Portanto, nesse momento eu não imagino como será a eleição de 2016, apenas coloco como meta para toda a equipe do governo a entrega de todos os nossos objetivos, e que quando chegar a eleição a população, de qualquer maneira, possa fazer uma boa avaliação da nossa gestão.

 

Divulgação
O prefeito de Ponta Grossa Marcelo Rangel (PPS) se diz tranquilo

 

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