Na eminência de assumir governo, vice mira para time de ministérios nomes que já integraram governos de Lula, Dilma e FHC; paranaense é cotado para a Saúde
Com presidência da República a cargo do vice Michel Temer (PMDB), e caso o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) seja consolidado após o processo ser analisado em definitivo pelo Senado em um período que pode se estender por até 180 dias o peemedebista deve apelar para um governo composto por ministros que já integraram antigos governos, incluindo a própria Dilma. Entre os cotados para assumir pastas com Temer vindo a ocupar a presidência está o paranaense Ricardo Barros (PP), indicado para o ministério da Saúde.
Entre os nomes especulados, pelo menos oito já ocuparam cargos como ministros em mandatos anteriores: Raul Jungmann, Henrique Meirelles, Romero Jucá, Gilberto Kassab, Sarney Filho, Henrique Alves, Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima. Desta relação, apenas Jungmann é a exceção e não compôs governos do PT anteriormente (foi ministro da Reforma Agrária durante o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso).
Na quarta-feira, o Palácio do Planalto informou que Todos os ministros de Dilma deixarão os cargos, exceto o titular do Esporte, Ricardo Leyser por causa dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, cargo cuja indicação precisa passar por sabatina no Senado.
Na manhã de quarta-feira, o ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner, comandou uma reunião com os ministros e pediu a eles que façam um relatório de suas gestões à frente de cada pasta. A intenção é evitar críticas de que a Esplanada dos Ministérios foi deixada às moscas e que o governo Dilma se recusou a repassar as ações para a equipe do possível governo Temer.
Oposição
O PT fala em se opor duramente contra Temer, a partir do momento que ele assumir a chefia do Executivo. Será uma oposição muito firme, que vai permanentemente denunciar o golpe que está sendo perpetrado contra a democracia no Brasil, disse o senado Humberto Costa (PT-PE). Mas seremos uma oposição que não repetirá o que a atual oposição nos fez, com o PSDB e o DEM apostando no quanto pior melhor e patrocinando as chamadas pautas bombas para gerar desequilíbrio fiscal e orçamentário em nosso país, inclusive, se associando ao corporativismo mais atrasado, para criar dificuldades para o governo e para o Brasil, acrescentou.
O possível ministério de Temer
Pasta Cotado
Trabalho Não há nome indicado
Saúde Ricardo Barros – Deputado federal (PP-PR)
Educação e Cultura Mendonça Filho – Ex-governador de PE, é deputado pelo DEM
Desenvolvimento Social e Agrário Osmar Terra – Deputado federal PMDB-RS
Defesa Raul Jungmann (PPS) Ex-ministro do governo FHC
Fazenda Henrique Meirelles (PSD) – Ex-presidente do BC durante o governo Lula
Cidades Bruno Araújo (PSDB) – Deu o voto decisivo para o impeachment na Câmara
Transportes, Portos e Aviação Civil Maurício Quintella (PR) Deputado federal, já foi condenado
Justiça e Cidadania Alexandre de Moraes (PSDB), secretário de segurança de Alckmin em SP
Planejamento Romero Jucá (PMDB) – Senador (RR) e ex-ministro no governo Lula
Agricultura Blairo Maggi (PP-MT) – Senador e ex-governador do MT
Comunicações e Ciência e Tecnologia Gilberto Kassab (PSD) – Ex-prefeito de SP e ex-ministro das Cidades no governo Dilma
Integração Nacional Fernando Coelho Filho (PSB-PE) – Deputado federal
Relações Exteriores José Serra (PSDB) Senador (SP) e ex-ministro
Minas e Energia Não há nome indicado
Meio Ambiente Sarney Filho (PV-MA) – Deputado federal, filho de José Sarney e ex-ministro da pasta
Esporte Não há nome indicado
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Tasso Jereissati – Senador PSDB-CE
Controladoria-Geral Márcio Elias Rosa – Ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo
Turismo Henrique Alves (PMDB) – Ex-ministro do Turismo (governo Dilma)
Casa Civil Eliseu Padilha (PMDB) – Ex-ministro da Aviação Civil de Dilma
Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (PMDB) – Ex-ministro da Integração de Lula