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Tecnologia precisa transformar informações em ganho de produtividade no campo

Com o crescente aumento na demanda mundial de alimentos, a tecnologia se tornou uma exigência nas propriedades rurais. O agricultor tem à sua disposição dados da produção em tempo real, tendo o desafio de usar essas informações para aumentar a produtividade. Esse foi um dos temas debatidos no 6º Fórum de Agricultura da América do Sul, que acontece de 23 a 24 de agosto no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba (PR).

Presente na abertura do evento, o Ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, avaliou a importância do agronegócio absorver essas tecnologias e gerarem produtividade por meio do conhecimento. "Em um futuro muito próximo, a conectividade será a palavra-chave, o que devemos buscar daqui para a frente. Precisamos que as informações geradas estejam disponíveis e sejam entendidas". A cerimônia também contou com a presença da Governadora do Estado do Paraná, Cida Borghetti.

Para Giovani Ferreira, coordenador do Fórum, são essas variáveis que tornam o agronegócio mais ou menos competitivo. "Além de discutir o setor de carnes, lácteos e grãos, é necessário focar os debates nas variáveis que impactam em toda a cadeia produtiva, para entendê-las e se antecipar a elas". A aplicação de tecnologias foi discutida no painel "Agricultura 4.0", mediada pelo presidente-executivo da SPRO IT Solutions, Almir Meinerz. "Temos muitas startups mas o que falta é centralizarmos as informações em uma plataforma única, unindo dados para tomadas de decisão assertivas por meio da aplicação de conceitos como inteligência artificial e Internet das Coisas", avaliou. Também participaram do painel o Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB), George Hiraiwa, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, e o cônsul-geral de Israel, Dori Goren.

Assim como a tecnologia, o profissional que irá operar essas ferramentas também é importante para o crescimento do agronegócio. O tema foi debatido no painel "O Campo Digital e Conectado" pela professora da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) Marta Cristina Marjotta-Maistro, que destacou a importância da formação de gestores multidisciplinares para o setor. "Estamos formando uma "safra" de jovens em várias profissões que estão preparados para atender essa demanda de profissões. A comunidade acadêmica tem que estar integrada ao modelo de produção para poder formar profissionais com essas qualificações, formando gestores multidisciplinares".

Os investimentos em inovações também são vitais para que o Brasil possa prospectar novos mercados, em consequência ao conflito comercial entre China e Estados Unidos, que coloca o país em foco para suprir as demandas mundiais de alimentos. "Esta guerra de mercado pode trazer prejuízos para a indústria brasileira, mas também é uma grande oportunidade. Para citar alguns dados, no ano passado, nossas exportações de grãos dobraram para o México, que era um país que ainda não tínhamos uma grande relação comercial de exportação", afirmou o consultor em comércio internacional da Legex, Fabio Carneiro Cunha, no painel da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Mas a continuidade desse conflito entre potências do agronegócio mundial, causa preocupação e instabilidade no mercado mundial, analisou o diretor da OMC, Willy Alfaro. "Choques em sistema comercial tem nível global, se queremos promover o crescimento, não deveríamos seguir esse caminho, temos que defender a estabilidade", Alfaro ainda ressaltou que caso o sistema seja comprometido, até os membros mais fortes e maiores serão prejudicados.

Sustentabilidade

A importância da utilização sustentável dos recursos hídricos foi destacada no painel de Tecnologia e Inovação. O Ministro da Economia de Israel, Oded Distel, explicou como o país conseguiu suprir as necessidades do setor produtivo e de sua população, sem prejudicar o meio ambiente. "Nós revertemos esse deficit com a reutilização de água doméstica, conseguindo índices de 90% de aproveitamento. Outro método que utilizamos é a dessalinização, que representa 70% de toda nossa demanda".

O Paraná também tem buscado métodos para aproveitar esses recursos, utilizando o lodo residual do tratamento de esgoto para uso na agricultura. "Todo agricultor que nos procura para usar esse lodo tem o seu perfil analisado, sendo realizado anteriormente testes para a utilização do material e só então é realizada a aplicação", explicou a Diretora da Companhia da Companhia de Saneamento do Estado do Paraná (Sanepar), Fabiana Campos. A metodologia permite um aumento na produtividade de até 50% na lavoura, além de beneficiar a retenção de líquido no solo.

Programação

Até o início da noite desta quinta-feira (23), outros assuntos serão debatidos durante o 6º Fórum de Agricultura da América do Sul, como o mercado de carnes, grãos, logística e integração entre campo e cidade. A programação segue até sexta-feira (25) e pode ser acompanhada ao vivo pelo site do Agronegócio Gazeta do Povo (www.gazetadopovo.com.br/agronegocio/).

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