em

Suplentes defendem chance de mostrar trabalho para PG

Arquivo DC
Florenal é o suplente que apresentou o projeto que aumenta de 15 para 23 vagas

 

Há pouco mais de um ano para as eleições, as movimentações de bastidores seguem intensas com a disputa por um lugar na Câmara Municipal – mas como suplente. Para muitos, acaba sendo a oportunidade de mostrar o trabalho, apresentar iniciativas e incrementar o currículo para o próximo pleito. No entanto, existem também os críticos que podem apontar um entrave na rotina, com os vereadores suplentes tendo pouco tempo – com as licenças em média ficando no período de 30 dias – e muito trabalho e algum trâmite burocrático para resolver.

Nesta última legislatura, por exemplo, a partir de 1º de janeiro de 2010, passaram cinco suplentes na gestão de Alessandro Lozza de Moraes e agora do vereador Maurício Silva. De acordo com as informações repassadas pelo setor legislativo da Câmara de Vereadores de Ponta Grossa, estiveram presentes Jairton Nicoluzzi, o Jairton da ‘Farmácia’, na licença de Márcio Schirlo, João Florenal da Silva no lugar de Dr. Enoc Pereira Brizola, Nilson Neves, o Zico substituindo Edilson Fogaça, além do coronel Durval Japiassu que teve um dos maiores tempos como suplente ao ficar quase três meses na licença do vereador Valfredo ‘Laco’ Dzázio. O único substituto na atividade é Samuel Turek, que fica por 30 dias no lugar de Alysson Zampieri. De momento, a Câmara está com 14 vereadores, já que a briga pelo lugar de Pascoal Adura acabou resultando em uma manobra para que ele saísse por um período menor do que 29 dias e assim pudesse deixar vaga a sua cadeira. Os interessados, no caso, eram Davi Scheifer e Nilton Gomes, o Professor Goiaba.

Na avaliação de todos que tiveram a oportunidade, seja por apenas uma vez ou aqueles que passaram por outras oportunidades pelas cadeiras da Casa de Leis, a oportunidade acaba sendo um cartão de visitas. Uma real oportunidade de dar resposta aos votos obtidos, tentar apresentar projetos e cobrar respostas do executivo para problemas enfrentados diariamente pela comunidade.

 

Iniciativa válida

Os coordenadores de partido acreditam ser também uma iniciativa válida. Segundo José Elizeu Chociai, coordenador da Frente Popular, mesmo que seja em apenas um mês, o político tem a oportunidade de ver como funciona o trabalho na Câmara. “Acredito que o mandato não é só acompanhar as sessões. Tem também os bastidores e temos boas revelações, que para aqueles que gostam da experiência acaba sendo também uma motivação para quem quer seguir com o trabalho”, analisa.

 

Experiência e oportunidade são os maiores ganhos

Para o coronel Durval Japiassu, o espaço é muito pequeno – ainda que ele tenha ficado quase que três vezes mais do que o normal para o cargo, mas ainda assim é possível mostrar trabalho com a proposição de projetos e a fiscalização constante. “Eu tinha 42 projetos para apresentar, mas pude apresentar dois. Acredito que seja um período muito importante, pois esse processo faz você integrar parte de um conjunto no qual você quer estar. A experiência é boa e todos os suplentes deveriam ter, já que todos têm idéias para apresentar”. Por outro lado, ele aponta que o suplente também encara o lado ruim por trabalhar e trabalhar para se eleger, mas que no final das contas vê o resultado na eleição de outro, alguém dito mais forte na disputa. “Falta muito apoio. Seja do partido ou até mesmo do candidato que você ajudou a eleger. Isso porque a gente as vezes não recebe nem um agradecimento e depois tem de ficar pagando a conta de campanha por uns dois anos”, dispara.

Samuel Turek que hoje ocupa uma cadeira na Câmara afirma que o tempo, mesmo que curto precisa ser aproveitado. “Eu tenho trabalhado 24 horas. Inicialmente vim com a intenção de fazer oposição. Vou cobrar, mas estou aproveitando para ter reuniões com os secretários e representantes do governo. Minha preocupação é com os eleitores e assim fazer acontecer os meus pedidos”, finaliza.

 

Suplente é que apresentou um dos projetos mais polêmicos

O tão falado polêmico projeto que aumenta de 15 para 23 o número de vereadores foi aprovado em abril e foi apresentado justamente por um vereador suplente, o João Florenal da Silva. Ele que já tinha em outra época ocupado o lugar do vereador Baixinho e que voltou neste ano para substituir o Dr. Enoc, reforça que a meta é sempre dar resposta aos eleitores, ainda que em 30 dias seja difícil de desenvolver todo um projeto de trabalho. “Acho que todos esperam um bom comportamento do vereador e assim saber o cidadão saber se pode ou não voltar a votar nessa pessoa”, explica.

Sobre a polêmica, Florenal rebate as críticas de que foi um ‘laranja’ no pedido de aumento e que a decisão foi sua, a partir de discussões com representantes do partido. “Foi na verdade uma decisão da maioria, já que a vontade da Câmara é de se ter 23. A Câmara de Ponta Grossa precisa de maior representatividade e por isso digo essa situação deve se manter assim, apesar de todos os movimentos, que são também válidos”.

 

 

Presidente afirma que pode ter mudança no regimento

O presidente da Câmara de Vereadores de Ponta Grossa, Maurício Silva, afirma que apesar de ser uma oportunidade rápida, ela também é importante para que a comunidade possa conhecer o trabalho desse suplente, além dele próprio ter um contato direto com as ações políticas da casa e todas as ações realizadas. Contudo, ele adianta que está em estudo uma alteração no regimento interno da Câmara no que se refere a atuação dos ‘vereadores temporários’.

“Existe sempre uma variação e uma conversação de partido para partido. Mas como os suplentes são pessoas bem votadas acaba existindo o compromisso para garantir essa oportunidade, que acaba sendo muitas vezes rápida, mas importante”.

No entanto, questionado sobre a possibilidade de se ter algum ponto prejudicial nessa substituição dos parlamentares, o presidente disse que hoje – e até agora – o andamento das atividades transcorreu normalmente. “Acredito que isso não tem atrapalhado os trabalhos na casa, até porque o suplente quando entra já tem conversas prévias com o vereador para não quebrar a sequência”, afirma.

Contudo, mudanças estão para acontecer no regimento interno. Isso porque hoje os licenciados deixam o cargo e os que assumem passam além do trabalho do dia a dia, com a análise de projetos e outras ações, a também integrar as comissões. E a previsão é de que no caso, por exemplo, de um parlamentar que integra ou preside uma comissão tiver de se ausentar seja feita uma nova votação para eleger outro titular, ao invés de integrar o suplente nas discussões em andamento.

 

Conselho aponta quebra na sequência de trabalho

A integração do trabalho dos suplentes na rotina da Câmara Municipal de Ponta Grossa pode gerar alguns transtornos, na avaliação de Luiz Eduardo Pilatti Rosas, coordenador do Conselho de Entidades – que mobiliza a cidade por um abaixo-assinado para a proposição de um projeto de lei de iniciativa popular com o objetivo de manter em 15 o número de vereadores para a próxima legislatura. “Dependendo do momento, quem assume pode ter pouco tempo até tomar ciência de como está o trabalho. Acredito que pode haver uma perda na capacidade de votar, podendo ficar impossibilitado de bem avaliar algumas situações e assim atrasar de alguma forma o andamento das atividades. Quando ele senta na cadeira, começa a entender já termina o seu período”, diz, ao ressaltar que neste caso é o próprio suplente que acaba sendo o maior prejudicado.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.