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Startup que oferta suporte emocional tem crescimento vertiginoso durante a pandemia

O isolamento social imposto pela crise da Covid-19 tem causado impactos e desafios também no que se refere à parte emocional. Ansiedade e angústia são alguns dos efeitos colaterais que podem ocorrer ou se agravar durante períodos de confinamento.

Uma startup de suporte emocional, de Pato Branco, no sudoeste do Paraná, resolveu oferecer os serviços, gratuitamente, durante a quarentena, e viu seus números de atendimentos subirem. Somente no período de 23 a 28 de março, o número de usuários chegou a 2,5 mil (alta de 2.717,8%), com 3,1 mil atendimentos (aumento de 1.645,2%).

 

A Eyhe é uma plataforma na internet que faz a conexão entre pessoas que estão passando por desafios, e precisam de ajuda emocional, com outras que já superaram algo semelhante e estão dispostas a ajudar. Quem ajuda é chamado de “anjo” e quem precisa do suporte emocional é chamado de “herói”.

 

“Pode-se dizer que somos a startup certa, na hora certa. Para nós, a conexão é só o começo, depois vem a transformação. Esse é o ciclo que queremos fortalecer: pessoas ajudando pessoas, de forma humana e verdadeira”, explica Leandro Manfroi, proprietário da Eyhe.

 

Manfroi detalha que a Eyhe não é um site de terapia, mas de suporte emocional. Atualmente, a startup conta com 95 “anjos”, provenientes de diversas regiões brasileiras.

 

“Todos os novos ‘anjos’ passam por uma preparação interna antes de realizar os atendimentos. O Eyhe conta com métodos de Escuta Ativa, que guiam o ‘anjo’ com dicas de como conduzir uma conversa, o que falar e não falar e, principalmente, o que fazer em situações emergenciais”, detalha.

 

“Estamos aproximando pessoas que estão enfrentando situações difíceis de outras que já venceram desafios, como a ansiedade, a depressão, o pânico e a solidão. Com a pandemia e o isolamento social, muita gente tem sofrido crises de ansiedade, por exemplo”, relata Manfroi, acrescentando que todos os atendimentos com os “anjos” são gratuitos durante a quarentena.

 

O empreendedor acredita que a startup está no caminho certo, após dois anos e meio de operação e muita preparação em programas do Sebrae/PR para startups. “O Sebrae foi fundamental, pela capacitação e encorajamento. Ao iniciar o Eyhe, não tinha conhecimento nenhum de startup, nem de como funcionava o mercado, modo de operar, o dinamismo que a startup exige”, revela.

 

Elizandro Ferreira, consultor do Sebrae/PR, salienta que os programas promovidos na região têm como objetivo preparar as startups para atuar no segmento empresarial, levando soluções que possam melhorar a vida das pessoas.

 

“A Eyhe tem participado de ações do Sebrae, que são projetadas para deixar as startups em condições de tirar as ideias do papel e transformá-las em modelos de negócio, com capacidade de competir no mercado”, avalia o consultor.

 

Pós-crise

A empresa também prepara-se para o cenário após o término da quarentena e está recebendo inscrições de candidatos a “anjo”. O Eyhe funciona como um marketplace, em que os “anjos” recebem pelos atendimentos que realizam e o projeto retém uma porcentagem para a manutenção estrutural do negócio.

 

“Durante este período delicado, decidimos, com o apoio dos ‘anjos’, que realizaríamos os atendimentos gratuitamente, para que nosso propósito possa chegar a todas as pessoas em situação de isolamento. Quando a sociedade voltar ao fluxo rotineiro, voltaremos a realizar sessões pagas. Acreditamos, inclusive, que isso vá se tornar uma nova fonte de renda para as pessoas”, conclui Manfroi.

 

A plataforma da Eyhe pode ser acessada na internet (www.eyhe.com.br).

 

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