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Souza Naves tem 80% mais mortes que a média do PR

 

Arquivo DC

Sozinha, a Souza Naves tem 80% mais mortes que a média do Estado

 

 

Os índices de acidentes nas rodovias paranaenses deixam claro: a mistura entre o tráfego de quem está viajando pelas estradas com o tráfego das cidades, nos trechos urbanos, é altamente explosiva. Em trechos que cruzam centros urbanos, os acidentes e mortes se multiplicam em quantidades muito acima do que se vê em regiões onde o tráfego não atravessa comunidades. Em locais onde a separação do tráfego já aconteceu, os acidentes caíram significativamente, caso de Campo Largo, por exemplo.

Em Ponta Grossa, o problema fica evidente na BR-373 (Avenida Souza Naves), na BR-376 (Av. Presidente Kennedy) e PRC-373 (Av. Senador Flávio Carvalho Guimarães), em especial na Souza Naves. Nesta rodovia-avenida, os índices de acidentes são 36% maior do que a média de todas as demais rodovias do estado, que não estão localizadas dentro das cidades. Quando se comparam os índices de mortes nas rodovias, a realidade também choca: o índice de mortes na Souza Naves é 80% maior do que na média das demais rodovias concessionadas do Paraná, segundo dados da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).

Somente nestas rodovias-avenidas, são 44 mil veículos, sendo mais de 17 mil bitrens e outros caminhões, atravessando todos os dias 82 comunidades ponta-grossenses, onde moram 140 mil pessoas. Nestes bairros e vilas, estão localizadas 69 escolas, onde estudam mais de 25 mil crianças e adolescentes.

Uma das vítimas desta realidade foi o motorista José Fernando Teixeira Júnior, que sobreviveu milagrosamente a um grave acidente ocorrido na Souza Naves em maio deste ano. O carro onde ele estava foi atingido por um caminhão e prensado em outro, quando ele retornava de uma visita a familiares. “Tive óleo diesel correndo do meu lado, e havia um caminhão esmagando as minhas pernas. É um sofrimento muito grande para quem está em uma situação como esta, mas fui acalmado e resgatado pelos socorristas, a eles devo minha vida”, conta.

Após o seu resgate pelos socorristas da Rodonorte e bombeiros, ele acredita que algo precisa ser feito para melhorar a região. “Eu não sei exatamente o que pode ser feito para solucionar o problema das rodovias da cidade, mas eu posso dizer que alguma coisa precisa ser feita para solucionar definitivamente o problema da Souza Naves, de ponta a ponta, não adianta ficar tomando soluções paliativas”, defende José Fernando.

 

Rodovia urbana registrou 109 mortes

Divulgação

 

Choque entre carros, caminhões e pedestres é causador de 47% das mortes na Souza Naves


 

 

No trecho de pouco mais de 11 quilômetros da BR-373, a Avenida Souza Naves, foram registradas 109 mortes nos últimos cinco anos.  Não fossem os radares, lombadas eletrônicas, campanhas educativas e sinalização reforçada, os números poderiam até ser maiores. Os tipos de acidentes registrados pela CCR Rodonorte na via mostram que 73% das ocorrências atendidas pela empresa, Polícia Rodoviária Federal e Bombeiros na Souza Naves são típicas de trechos onde há conflito urbano e rodoviário. Neste panorama, predominam as colisões laterais, traseiras e engavetamentos.

Além destas, estão duas das situações que mais causam riscos à vida. Uma delas é a colisão transversal, que ocorre quando um dos veículos está atravessando a pista e recebe em cheio a colisão de outro em sua lateral, atingindo diretamente o lado do motorista ou passageiros. “Este é um tipo de colisão muito perigoso, onde os potenciais traumas à vítima são de alto risco à vida”, observa o coordenador médico da concessionária, Miguel Martins.

A outra situação são os atropelamentos. Apesar de representar apenas 7,5% dos acidentes, o choque entre carros, caminhões e pedestres é o causador de 47% das mortes na Avenida Souza Naves, normalmente de moradores das vilas da região, apesar de diversas ações terem sido implementadas para reduzir os riscos à segurança no cotidiano das rodovias que cortam Ponta Grossa. Medidas que oferecem melhorias temporárias, mas, na opinião de especialistas, não solucionam definitivamente a necessidade de separar o fluxo rodoviário e o urbano.

 

Contorno de Campo Largo traz segurança

Divulgação

O Contorno de Campo Largo apresenta resultados positivos para a segurança e a fluidez de quem trafega pela região


 

 

Perto de completar um ano de operação, o Contorno de Campo Largo (no sentido Curitiba da BR-277) apresenta resultados positivos para a segurança e a fluidez de quem trafega pela região. A redução de acidentes no trecho é de 81%, enquanto os óbitos tiveram queda de 83%. Outra diminuição expressiva foi no número de pessoas envolvidas em acidentes: queda de 84%.

Além disso, o novo trecho da BR-277 eliminou os congestionamentos na passagem por Campo Largo. Sem a necessidade de passar por sinaleiros e diversos redutores de velocidade, o motorista que segue do Interior do Estado para Curitiba faz uma viagem mais rápida e segura. “Os efeitos positivos do Contorno de Campo Largo comprovam a importância da separação entre o tráfego urbano e rodoviário para as rodovias do Paraná”, avalia o inspetor Wilson Martines, chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O jornalista Flávio Barszcz, proprietário do Jornal da Cidade de Campo Largo, cansou de registrar tragédias na antiga pista da BR 277, hoje muito mais tranquila. “Muitas famílias foram desfeitas aqui. Após o Contorno, infelizmente as notícias policiais continuam existindo, mas não aqui na rodovia, da forma como aconteciam antes. O investimento no Contorno trouxe muito mais segurança e qualidade de vida para a cidade de Campo Largo”, conta o jornalista.

 

Acipg lidera discussão sobre a obra

A Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa (ACIPG) está liderando o processo para inserir, na pauta de discussões dos empresários e empreendedores locais, o tema de um novo Contorno para Ponta Grossa. A entidade convidou seus associados e a comunidade para uma reunião pública nesta segunda-feira (15), na qual irá cumprir seu papel de liderança, fazendo a exposição do projeto com o objetivo de envolver as demais entidades em torno da discussão sobre este projeto.

“O principal objetivo da reunião pública é que mais pessoas tomem conhecimento do projeto e da importância que ele possui para toda a comunidade. Isso vale tanto para o empresário e o setor produtivo em geral, como também para os moradores que estão nas regiões próximas das Avenidas Souza Naves e Presidente Kennedy”, explica Nilton Fior, presidente da ACIPG. A reunião está marcada para as 19 horas desta segunda, na Sede da ACIPG (Rua Comendador Miró, 860).

Além de ressaltar os objetivos da reunião, Fior destaca que o encontro será um espaço não só de apresentação do Contorno, mas também de interação e discussão sobre o tema.

 

NÚMEROS

EM 5 ANOS

109 MORTES NA AV. SOUZA NAVES

44 MIL VEÍCULOS DIARIAMENTE

Nas rodovias que cortam a cidade

6 milhões de bitrens e outros caminhões

Cruzam a cidade todos os anos

140 MIL PESSOAS

Vivem nas vilas e bairros próximos das rodovias

82 Comunidades e vilas

Ficam próximas das rodovias

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