Em assembleia realizada no início da noite de quinta-feira (3), na sede do Sindicato dos Servidores Municipais de Ponta Grossa (Sindserv), os servidores municipais decidiram que vão esperar até quarta-feira (9) a apresentação de proposta para a data-base por parte da Prefeitura. A expectativa era que o Executivo apresentasse sugestão de reajuste até a tarde de quinta, antes da realização da assembleia, o que não aconteceu.
Segundo o secretário de Administração e Recursos Humanos, Ricardo Linhares, há necessidade de estudos para avaliar as possibilidades de reajuste, considerando que o Município está acima do limite prudencial de gasto com pessoal. Mas, até esta sexta-feira (4), a Prefeitura não apresentou proposta.
"Vamos aguardar até dia 9. Se o Município continuar com o posicionamento adotado até agora, a conclusão é que não há vontade de negociar com os trabalhadores e, a partir daí, vamos discutir, a partir de assembleias setoriais – ou seja, por locais de trabalho – ações específicas, com indicativo de atos públicos e eventuais paralisações de atividades", destaca o presidente do Sindserv, Leovanir Martins.
Para o presidente do Sindicato, os grupos de trabalhadores avaliaram como negativa a postura do governo neste momento. "A demora no sentido de analisar a possibilidade de reajuste foi entendida como sinal de falta de boa vontade do governo para com os servidores", frisa.
No ano passado, os servidores reivindicavam reajuste de 10% e obtiveram 4,37%. Neste ano, a classe pede aumento de 5%; os servidores levaram em consideração a projeção da inflação entre os meses de maio de 2017 a abril de 2018 que deverá ser em torno de 2,64% e foi acrescentado o pedido de um aumento real no percentual de 2,36%. "Em função de toda a conjuntura que o país enfrenta, os trabalhadores fizeram uma proposta responsável e perfeitamente exequível. E por isso nos surpreende a morosidade da Prefeitura em aprofundar o estudo e apresentar sua proposta", completa Leovanir.
Acima do limite
O Município fechou o terceiro quadrimestre de 2017 com o índice de gasto com pessoal em 54,07%, acima do máximo permitido. Conforme levantamentos da Secretaria da Fazenda, essa diferença se deve principalmente à queda na receita e também da necessidade de novas contratações, para atender Unidades de Saúde e escolas em tempo integral ampliadas, por exemplo. Segundo o secretário Linhares, como a Prefeitura extrapolou o limite prudencial de gastos com pessoal, a Lei de Responsabilidade Fiscal impede o Município de realizar ações que resultem em aumento de despesa.