O presidente interino Michel Temer (PMDB) é um dos citados na delação premiada de ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, na Operação Lava Jato, que se tornou pública após decisão do ministro Teori Zavascki, por meio da decisão que retirou o sigilo das oitivas.
Em um trecho do depoimento, Machado citou que Michel Temer pediu ao depoente que obtivesse doações oficiais para Gabriel Chalita, então candidato a prefeito de São Paulo. Temer teria pedido R$ 1,5 milhão em propina para ajudar a campanha de Chalita, que estava no PMDB.
Machado ainda citou mais de 20 políticos que também teriam recebido propina, inclusive Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, Edison Lobão e o ex-senador José Sarney, todos do PMDB.
Machado também disse que repassou ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) recursos para viabilizar a candidatura dele à presidência da Câmara dos Deputados em 1998. Na época, Machado era senador e ocupava o posto de líder do partido no Senado.
De acordo com o delator, parte dos recursos foram obtidos no exterior. Os recursos foram entregues aos próprios candidatos ou a seus interlocutores. Que a maior parcela dos cerca de R$ 7 milhões arrecadados à época, foi destinada ao então deputado Aécio Neves, que recebeu R$ 1 milhão em dinheiro. Que, com frequência, Aécio recebia esses valores através de um amigo de Brasília que o ajudava nessa logística, acrescentou trecho do depoimento.