em

“Sem água não existe produção e nisso a região é modelo”, diz secretário

Na data em que se comemora o Dia Mundial da Água (22 de março) o Diário dos Campos publica a segunda reportagem da série sobre o consumo deste bem natural. Mas quem consome mais água no planeta? Segundo especialistas, a agricultura e pecuária consomem 70% da água bruta sendo esta a média mundial. No Brasil o volume consumido já estaria em 72%.

Com a missão de alimentar o mundo (mais de 7,2 bilhões de pessoas), população que cresce a cada dia, o setor tem investindo em formas para evitar o desperdício de água doce. Segundo o secretário municipal de Agricultura e Pecuária e presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Netto, a agricultura teve nos últimos anos um grande desenvolvimento através de pesquisas que proporcionam ganhos de produtividade, “com isso produzimos mais com a mesma área utilizada. Espécies resistentes as secas já tem um bom desenvolvimento”.

Para ele, os produtores estão cada vez mais conscientes sobre o uso da água. “São eles que proporcionam que os rios tenham boas condições. Temos como exemplo o rio Iguaçu, que é um esgoto quando cruza por Curitiba e chega límpido na Foz do Iguaçu. Isso acontece ao longo do curso do rio que é mantido pelos proprietários rurais. A preocupação com a água sempre existe. Sem água não existe produção e nisso os Campos Gerais é modelo”, afirma.

Gustavo observa ainda que nos Campos Gerais a prática da irrigação (que consome, segundo especialistas, boa parte da água) não tem representatividade, já que a região tem bons índices pluviométricos, com chuvas bem distribuídas. “Destaco que hoje muitas das fronteiras mundiais para a expansão da agricultura, necessária para alimentar a população, se faz mediante o uso de irrigação em áreas utilizadas principalmente com a pecuária devido ao pouco índice pluviométrico ou a má distribuição”, diz.

Para ele, o gotejamento como substituto da irrigação é uma alternativa para reduzir o volume de água utilizada, “podendo inclusive utilizar adubo foliar reduzindo o custo de aplicação de adubo da forma convencional, mas infelizmente o gotejamento se aplica em algumas culturas e em áreas pequenas”.

Alternativa também para reduzir o consumo seria o armazenamento da água da chuva, mas este seria interessante, conforme o secretário, em áreas com distribuições ineficientes. “Os Campos Gerais por ter bons índices de reservas nas propriedades proporciona o equilíbrio e boa distribuição não se fazendo necessário o armazenamento. Para áreas com problemas pluviométricos o armazenamento é uma solução, mas que deve ser analisada como algo a curto prazo. Para longo prazo devemos incentivar a preservação de nascentes e retenção de águas no solo evitando que o fluxo das chuvas cheguem de modo rápido aos rios. Ações nesse sentido são importantes como o plantio direto, o plantio em nível facilitando a infiltração da água no solo, fazer boas coberturas vegetais do solo e muitas outras”, diz.

Leia mais na edição impressa

 

Cerca de 70% da água captada em Ponta Grossa vem do rio Pitangui

Foto: Rodrigo Covolan

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.