No próximo sábado, 69.396 candidatos sabatistas farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os candidatos deverão chegar aos locais de prova com antecedência e, como qualquer outro estudante, ficarão de fora caso os portões sejam fechados. A diferença é que, por motivos religiosos, só começarão a resolver a prova quando o sol se puser.
Eles guardam o sábado por convicção religiosa, o que significa que só trabalham ou estudam após o pôr do sol. São, por exemplo, os adventistas e os judeus. A estudante Thauana Rodrigues, 16 anos, do terceiro ano do Colégio Adventista Milton Afonso, fará o Enem pela segunda vez, já que no ano passado fez a prova como treineira. Da última vez, a gente ficou em uma sala mais afastada, só adventistas. Cansa, a gente fica ansioso, esperando o horário, mas não a ponto de atrapalhar a prova, diz a estudante. A gente cantou, conversou um pouco, foi interessante, complementa.
Enquanto o número de inscritos no Enem cresce ano a ano e passou de 7,1 milhões no ano passado para 8,7 milhões este ano, o número de candidatos que solicitam o atendimento específico como sabatistas diminuiu. Eram 90,2 mil inscritos no ano passado.
Uma solução, demandada inclusive em petição online, é que a prova seja transferida para outro dia da semana, que seja realizada em um domingo e uma segunda-feira. Segundo a coordenadora pedagógica do ensino médio do Colégio Adventista, Valquiria Couto, um paliativo seria dar mais conforto para a espera. Eles poderiam ficar em um ambiente diferente, com um violão, poderiam até ser acompanhados por um pastor que falasse sobre outros assuntos que não a prova.
Arquivo/DC
As provas serão aplicadas neste fim de semana