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Ricardo Barros elege SUS como meta e quer aperfeiçoar o Mais Médicos

Único paranaense como ministro, Ricardo Barros elencou alguns dos desafios e metas que terá à frente do Ministério da Saúde

Wilson Dias/Agência Brasil
“Eu não tenho expectativa de aumentar os recursos para a saúde, a crise fiscal é muito grande”

 

 

Único paranaense integrante do ministério nomeado pelo presidente interino Michel Temer, Ricardo Barros afirmou que o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Mais Médicos são algumas das principais metas do Ministério da Saúde, pasta que ele assumiu na última sexta-feira.

Deputado federal pelo PP e relator do Orçamento, Barros admitiu que terá de lidar com um verbas enxutas, mas elencou uma série de metas que deve priorizar enquanto estiver na chefia do Ministério. “Eu não tenho expectativa de aumentar os recursos para a saúde, a crise fiscal é muito grande”. O novo ministro disse que vai trabalhar junto a equipe econômica do governo “para que seja descontingenciado o orçamento da saúde e os recursos sejam liberados”. Em março, o orçamento da saúde teve um corte de R$ 2,37 bilhões.

“O ministério atua em regime de contenção de gastos, está gastando exclusivamente os recursos que estão sendo repassados, R$7,2 bilhões por mês para a manutenção do sistema”, disse. Estes valores levam em conta os contingenciamentos feitos no orçamento inicial pelo governo de R$118 bilhões.

“No momento, prego a melhoria da qualidade do gasto público e da eficiência da gestão. Os recursos, se melhor gastos, produzirão mais serviços”. O ministro acrescentou que, sob sua gestão, o Ministério da Saúde é parte de um governo e que as soluções devem ser estudadas como um todo, e não para pastas específicas.

A respeito do SUS, o ministro afirma que o objetivo principal é torná-lo mais eficiente, “de forma que seja integrado em todo o território nacional, permita oferecer subsídios para a correta aplicação dos recursos públicos e forneça informações adequadas para o planejamento e para as prioridades do setor”. Ainda sobre o sistema, o novo ministro afirmou que pretende “oferecer qualificação permanente aos mais de 4 milhões profissionais de saúde que colaboram com as ações do SUS”. O ministro, no entanto, não detalhou como poderá realizar este aperfeiçoamento.

Diálogo

Outro objetivo apontado por Barros é intensificar o diálogo com as classes médicas no país. “São metas priorizar a interlocução com os médicos, com as entidades representativas dos profissionais de saúde, com os servidores, com academia e com áreas relacionadas. Nesse aspecto, o Conselho Nacional de Saúde (CNS), o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e  o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS) serão fundamentais nesse processo”, afirmou.

Mais Médicos

A respeito do Mais Médicos, Ricardo Barros afirma que é um programa “bem aceito e bem avaliado pela população e que não deve ter alteração” e que pretende aperfeiçoá-lo e fortalecer a participação dos brasileiros no programa. “Vamos privilegiar, incentivar que cresça na participação dos médicos brasileiros, como aconteceu nas duas últimas chamadas. Esse é o objetivo que o governo tem para manter o programa que foi muito bem aceito pela população”, disse Barros. Nas duas últimas chamadas, a pasta recrutou apenas médicos brasileiros.

Dengue, Zika e chikungunya

O ministro defende que o foco central para diminuir as epidemias de dengue, Zika e chikungunya é combater o mosquito transmissor das doenças. “O que nós temos que fazer é combater o mosquito. Por enquanto temos dengue, chikungunya e Zika [transmitidos pelo Aedes aegypti]. Amanhã pode ter outro vírus, então temos que acabar com o transmissor”, pontuou. No entanto, Barros disse que as verbas para a pesquisa, já previstas, serão mantidas.

“Já temos bons resultados, um gráfico decrescente dessas endemias, mas precisamos da colaboração das pessoas para eliminar definitivamente esse transmissor universal, que pode transmitir outros tipos de doenças”, complementou.

 

Perfil

Engenheiro, deputado foi relator do orçamento

Nascido em Maringá, Ricardo Barros, de 56 anos, é engenheiro civil de formação, com especialidade em políticas públicas. Barros foi o relator do Orçamento de 2016. Perguntado se defende a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para o financiamento da saúde, Barros afirmou que o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é quem responderá a essa questão. “A saúde precisa gastar melhor os recursos que tem e ampliar o seu financiamento. Isso acontecerá ao longo do tempo com os mecanismos que eu puder acordar com a área econômica.”

“Financiamento e recursos, é isso que vamos buscar com essa nova articulação que faremos a pedido do presidente Michel Temer”, disse o deputado federal indicado pelo PP, partido que tem apoiado o PMDB e o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Com 29 anos, Ricardo Barros venceu a primeira eleição que disputou, tornando-se o mais jovem prefeito da história de Maringá (1988). Está em seu quarto mandato na Câmara dos Deputados. Também já foi secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul do Paraná.

 

 

Outras metas apontadas por Ricardo Barros na Saúde:

– Reforçar os compromissos assumidos com as entidades olímpicas, com o estado do Rio de Janeiro e com a capital fluminense, responsáveis pela execução das Olimpíadas 2016. São ações de vigilância em saúde, assistência à população, atenção aos visitantes e preparo para as diversas situações relacionadas à saúde

– Fortalecer a participação dos brasileiros no programa Mais Médicos

– Superar as barreiras para implementar de imediato o funcionamento das UPAS (Unidades de Pronto Atendimento), das UBS (Unidades Básicas de Saúde), das ambulâncias e de  equipamentos  comprados e não instalados

–  Fortalecer o Complexo Industrial da Saúde, compatibilizando a atuação das agências reguladoras, ANS e ANVISA, para garantir a agilidade, a segurança à população e a proteção ao consumidor

– Ampliar e atualizar os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas

– Fortalecer as ações de promoção à saúde e prevenção de doenças

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