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Reduções em juros de financiamentos devem aquecer habitação

A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil anunciaram nesta semana novas linhas de financiamento habitacional que disponibilizam opções com juros reduzidos. Enquanto a Caixa passa a operar contratos corrigidos pela inflação mais uma tarifa fixa, o BB busca atender à demanda por financiamentos mais curtos com taxas mais baixas, com juros diferenciados conforme o prazo de operação.

“Sempre que se fala em redução de juros o mercado se alvoroça, principalmente em sistemas em que no início as parcelas ficam muito mais acessíveis, chegando a quase 40% de redução. Esses novos programas vão trazer para o mercado um número grande de consumidores que tinham vontade, mas não capacidade de pagamento de um imóvel – e o reflexo é de imediato no mercado”, avalia o representante regional do Sindicato da Habitação e dos Condomínios (Secovi-PR), Carlos Tavarnaro.

O presidente da Associação dos Construtores do Paraná (APC), Gabriel Stallbaum, exemplifica a redução nas parcelas dos financiamentos. “Hoje uma parcela de R$ 2 mil, com uma queda de 30%, pode chegar a R$ 1.400. Como esses programas têm a possibilidade de uma redução de até 40% eles viabilizam que o valor pago no aluguel, por exemplo, seja revertido na parcela da compra do imóvel próprio”, afirma Stallbaum.

Público

Para Tavarnaro, o público mais beneficiado com as novas opções é o pertencente à classe média. “Hoje quem mais vem sofrendo com a questão econômica e falta de credito é a classe media. Esses novos financiamentos devem atender àqueles consumidores que não estão na faixa do Minha Casa Minha Vida, que aqui na cidade contempla imóveis de até R$ 190 mil, e chega até a unidades de alto padrão, de R$ 900 mil”, avalia o presidente regional do Secovi-PR.

Construção civil deve ser aquecida com os novos programas (Foto: Fábio Matavelli)

Conheça os novos programas

A nova linha da Caixa Econômica é baseada na inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), somada a uma taxa fixa de 4,95% do valor financiado, que pode chegar a 2,95% para quem tem as melhores relações com o banco (ter conta no banco e apresentar baixo risco de inadimplência, por exemplo). Os valores serão corrigidos mensalmente, prestação a prestação, conforme o IPCA mais recente.

A linha de financiamento praticada atualmente traz uma correção da Taxa Referencial (TR) mais 9,75% do valor financiado. Essa porcentagem pode cair até 8,5%, para clientes com boas relações com o banco.

Durante o anúncio, realizado em Brasília, o presidente do banco, Pedro Guimarães, destacou que caso o cliente tema um aumento muito grande na inflação no futuro, poderá optar pela linha já usada. “Exatamente por causa disso, um componente do IPCA mais volátil, que a gente reduziu tanto” disse o presidente da Caixa.

O presidente da APC acredita que mesmo com a o caráter mutável da inflação a nova opção é positiva para o consumidor. “Conforme conversamos com economistas, é muito difícil que o Brasil volte a ter um IPCA muito elevado, pois isso faria todo o sistema entrar em colapso. Com o índice que a gente tem hoje, de partida o comprador já vai pagando um valor menor do que o praticado”, analisa Gabriel Stallbaum.

Já o programa do Banco do Brasil oferta juros diferenciados conforme o prazo de operação, uma modalidade inédita no país. Válido para as linhas do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e para a Carteira Hipotecária (CH), o novo sistema caracteriza-se pela diminuição dos juros quanto mais curto for o prazo.

São sete taxas para sete prazos diferentes. O menor considera parcelamentos em 60 meses (cinco anos) com tarifa de 7,99% ao ano somada à Taxa Referencial (TR), e o maior engloba operações de 359 a 418 meses (29 anos e 11 meses a 34 anos e 10 meses), cobrando juros a partir de 8,45% ao ano mais a TR.

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