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Rangel: ‘ser prefeito é um desafio muito grande’

Rodrigo Covolan

SATISFEITO Marcelo Rangel: ‘estou conseguindo realizar tudo que sempre sonhei como parlamentar’

 

 

Em sua primeira experiência política, o deputado Marcelo Rangel (PPS) passou pelo desafio de estar na oposição durante quatro. Desde o início deste ano, ele vive uma nova fase. Agora na bancada de situação, tem trabalhado na defesa do governo Beto Richa (PSDB) e na busca de investimentos para Ponta Grossa e a região dos Campos Gerais. O novo momento vem embalado por um outro projeto, com chances de se concretizar em 2012: a disputa pelo governo municipal.

“Se eu posso deixar de ser deputado e servir ainda mais a cidade, isso me anima muito”, afirma Rangel em entrevista ao Diário dos Campos. Para ele, comandar a Prefeitura de Ponta Grossa é “um grande desafio”. Se isso pode acontecer? Certo que sim, visto que o deputado garante que o PPS terá candidato a prefeito no ano que vem. A definição sobre quem será o escolhido, porém, ainda está distante.

Entre os trabalhos destacados como deputado, Rangel enfatiza a interlocução com o governo estadual e a relatoria da CPI dos Leitos do SUS. “É algo que me orgulha muito. Tivemos um avanço muito grande antes mesmo de terminar os trabalhos”, avalia o deputado sobre as atividades da comissão. Acompanhe a entrevista:

 

DIÁRIO DOS CAMPOS – Você iniciou esse mandato em uma situação diferente do anterior, passando da oposição para a situação. O que mudou nessa nova fase?

MARCELO RANGEL – Mudou tudo. Eu participei de uma fase política muito difícil do Paraná. É difícil quando se tem um governador truculento, que não escutava nem os anseios da população através de seus representantes. Quando nós subíamos à tribuna para falar que Ponta Grossa precisava de investimentos, ele era de difícil acesso. Nós fizemos uma oposição e através dessa oposição conseguimos colaborar muito com o Paraná, apontando as falhas. Agora nós estamos em uma nova fase porque temos um governador que nos atende, escuta muito e tem um carinho grande por Ponta Grossa. Há muitos anos a cidade estava distante do governo e hoje está muito próxima. Além da responsabilidade de demonstrar trabalho, temos que arcar com os problemas deixados pela administração passada, as heranças que não são tão boas, problemas crônicos que não se consegue resolver da noite para o dia. Temos um hospital inaugurado sem a mínima estrutura, o orçamento da área de segurança é muito pequeno pela nossa necessidade. Temos muito o que fazer, mas fico feliz porque estou amparado com um governo responsável.

DC – O que é possível citar como avanços nesses primeiros meses?

RANGEL – As conquistas que passaram pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano, comandada pelo César Silvestri, que é do PPS. Ponta Grossa recebeu mais de R$ 13 milhões em obras dessa secretaria. O Denarc [Delegacia de Narcóticos], que também foi uma proposta nossa e acredito que vai beneficiar as famílias. Tudo passa pela nossa região, inclusive a droga. Era necessário que tivéssemos uma estrutura para trabalhar especificamente com isso. E a industrialização, pela mudança de perspectiva do governo e por Ponta Grossa estar situada muito bem logisticamente.

DC – Quanto ao trabalho na Assembleia, também mudou?

RANGEL – Na Assembléia também mudou completamente. Sou um deputado mais experiente, tenho uma liderança partidária e de bloco, sou presidente de uma das comissões de maior importância na Casa [Obras Públicas, Transporte e Comunicação].  Estamos passando por um novo momento na Assembleia. Conseguimos superar os problemas do passado com o presidente, a nova composição da Mesa e os próprios deputados. O projeto da transparência, do qual tenho orgulho em ser autor, está sendo estendido para as prefeituras. Temos o projeto da Ficha Limpa, que também será válido para a administração pública. Não podemos nos restringir apenas a quem tem mandato, afinal os secretários têm mais acesso ao dinheiro público, é onde acontecem os maiores casos de corrupção.

DC – Você participou também de duas CPIs, a das Escutas Telefônicas e a dos Leitos do SUS. Como avalia esse trabalho?

RANGEL – Presidi uma CPI que também trata de transparência na Assembleia. Antigamente a Casa era monitorada, tinha escutas telefônicas e ingerência de diretores que dominavam inclusive o trabalho dos deputados, prejudicando a Assembleia. A CPI indiciou em quatro crimes esses dois ex-diretores. A CPI dos Leitos do SUS, da qual sou relator, é algo que me orgulha muito. Tivemos um avanço muito grande antes mesmo de terminar os trabalhos. Nas visitas que fizemos aos hospitais já pudemos identificar problemas crônicos e pontuais. A Secretaria de Estado da Saúde já anunciou a informatização da Central de Leitos. Só essa medida vai representar um avanço na administração da saúde pública e vai salvar centenas de vidas.

DC – Você concorda com o presidente da CPI, o qual afirmou que o problema no Estado não é a falta de leitos, mas a sua gestão?

RANGEL – Sim, o problema é a má administração e a gestão pontual de alguns hospitais. Cheguei em hospitais que estavam completamente lotados, com pessoas sendo atendidas no chão, mas no fundo havia um espaço para leitos que as pessoas estavam usando como escritório. Às vezes há leitos, mas não há interesse em atender. O que nós temos é um problema no número de UTIs, precisamos ter mais leitos credenciados. E temos estrutura para isso.

DC – Quanto às eleições do ano que vem, como o PPS está se preparando?

RANGEL – O PPS já participou de uma eleição majoritária e mostrou um plano de governo. Esse plano teve grande aceitação. Não vencemos, mas quando se consegue 80 mil votos e se perde por tão pouco, é sinal de que as pessoas gostaram das propostas que apresentamos. Temos uma proposta de governo e acreditamos que tudo na vida precisa ter mudanças, inclusive linhas de administração e ideias políticas. A cidade de Ponta Grossa está há muito tempo com o mesmo sistema de administração, a mudança é bem vinda para que ela respire novos ares. O PPS está pronto para assumir essa responsabilidade e possui bons nomes. Podemos dizer que estamos experientes. O que nos faltava no passado e era a crítica principal ao nosso grupo não se pode mais falar. E também temos empresários e líderes que podem surgir. Não tenho dúvida que vamos apresentar um outro jeito de governar a cidade, principalmente para valorizar a qualidade de vida dos ponta-grossenses.

DC – O que vai pesar na hora de escolher o candidato?

RANGEL – A conjuntura política do momento. Na política, muda-se tudo da noite para o dia. Nós construímos um alicerce partidário, que dá a possibilidade de disputar a eleição. O fato de estarmos próximos ao governador também nos ajuda muito, já que podemos trabalhar em conjunto. Mas dizer quem será o candidato nesse momento é muito difícil.

DC – Você tem interesse em concorrer à Prefeitura?

RANGEL – Eu estou muito focado no meu trabalho como deputado, estou conseguindo realizar tudo que sempre sonhei como parlamentar. Acho que posso ser muito útil e estou focado nisso. Mas também não posso dizer que não tenho essa aspiração. Enfrentar desafios me provoca um estímulo muito grande. Sempre fui uma pessoa movida a desafios. Ser prefeito de Ponta Grossa é um desafio muito grande e você pode entrar para a história por esse trabalho. Se eu posso deixar de ser deputado e servir ainda mais a cidade, isso me anima muito.

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