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“Quero ajudar os Municípios a ser independentes”, afirma Flávio Arns 

Formado em direito e em letras, mestre em letras e PH.D em linguística, Flávio Arns é, desde 1974, professor  na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Fora das salas de aula durante o período eleitoral – quando disputou o cargo de senador, sendo eleito para a segunda vaga do Paraná, com 2.331.740 – divide os últimos meses de 2018 entre a sala de aula e a preparação para o mandato no Senado a partir de 2019. 
A sua atuação na educação especial fez com que, segundo Arns, houvesse um chamamento para que ele ingressasse na vida político-eleitoral. E, assim, em 1990 foi eleito a deputado federal, sendo reeleito ao cargo por mais dois mandatos. Em 2002, foi eleito ao primeiro mandato de senador e entre 2011 a 2014, então vice-governador do Paraná no governo Beto Richa, foi secretário estadual de Educação. 
Em 2014, ao chegar ao fim do mandato, Arns decidiu não se candidatar a nenhum cargo. A volta à disputa em 2018, segundo ele, foi um pedido das pessoas com quem conversava, que desejam mudança no cenário político brasileiro. Novamente eleito ao Senado, desta vez pela Rede Sustentabilidade, Arns destaca ao Diário dos Campos que sua bandeira continuará sendo a defesa dos direitos das pessoas com deficiência e educação, causas pelas quais tem lutado há décadas. Também quer atuar pela revisão do Pacto Federativo, para que os Municípios tenham mais independência. Confira trechos da entrevista. 

Decisão em disputar as eleições 
"Muitas pessoas insistiam para que eu participasse; além disso, o Brasil estava em um momento tão difícil e a gente não pode se omitir, não pode deixar para os outros resolver, tendo chance de fazer algo. Então, me filiei à Rede Sustentabilidade, porque concordo com os ideais e objetivos do partido. O resultado das eleições foi  fruto de um grande trabalho e de esforço de muitas pessoas que apoiaram minha proposta". 
Diferença entre o primeiro mandato de senador com o cenário atual
"Vejo que as eleições foram permeadas por um desejo intenso de mudança e, com este sentimento, há muita esperança de que possamos ter um país melhor, com mais oportunidades. Creio que este momento é muito importante para a história do Brasil, em que a marca precisa ser o diálogo, entendimento com todos os setores da sociedade". 

Principais bandeiras 
"Terei como bandeira  a pessoa com deficiência, valorizar o que ela precisa, o que a família precisa, valorizar a educação e quem faz a educação. Precisamos investir em educação em tempo integral e ampliar a profissionalização dos nossos jovens, além de acompanhar o Plano Nacional de Educação. 
O combate à corrupção e ao crime organizado também será minha bandeira. Pois o dinheiro desvido é o dinheiro que falta em saúde, educação e infraestrutura.
Uma das principais mudanças que defendo é a revisão do Pacto Federativo, para que os recursos sejam melhor divididos com os municípios, que é onde as coisas realmente acontecem. As prefeituras precisam de recursos para resolver os problemas da população. Hoje, dos 100% do que se arrecada, 70% vai para o governo federal, 25% para o governo estadual e apenas 5% fica nos municípios. Precisamos mudar esta realidade para que os prefeitos não tenham que andar com pires na mão pedindo ao governos estadual e federal recursos para suas cidades.
Outro desafio é em relação ao Fundeb, que muitos municípios vêm tendo dificuldades, inclusive perdendo recursos e que vai ser revisado em 2020. Precisamos ajudar os Municípios a serem donos do seu nariz e a decidir onde investir as verbas. Hoje, para construir uma creche, prefeito tem que ir para Brasília pedir dinheiro, quando a própria Prefeitura poderia planejar os investimentos". 

Escola sem partido 
"Esta é uma discussão desnecessária. O educador tem duas missões: uma é informar – dar o conteúdo – e outra é a formação de alunos críticos, que discutam, debatam, se interessem pela legislação eleitoral. Precisamos de alunos informados e formados. A maioria dos professores querem formar cidadãos conscientes e engajados com a sociedade. Apenas a pequena minoria dos professores fazem propaganda eleitoral, a Não podemos basear uma lei pelo que a minoria faz de errado, porque ações erradas são cometidas por profissionais de todas as áreas. Quero um aluno consciente, crítico, protagonista de sua história". 

Reforma da Previdência 
"Precisamos dialogar sobre a previdência, porque toda área da sociedade precisa permanentemente ser refletida sobre eventuais mudanças, pois os contextos vão se alterando. Assim, o debate sobre a previdência é necessário, assim como a reforma administrativa e judiciária. Mas, tudo precisa ser fruto de um diálogo e entendimento com a sociedade. 
Em relação à previdência, vejo que cada setor tem características específicas, o trabalho de um agricultor não é igual ao de um professor ou de um policial, por isso os setores não podem ser encarados como uma coisa uniforme, sendo um modelo para todos. Precisamos retomar este assunto com calma e muito debate para que possamos chegar o melhor caminho". 

Preparo para assumir o cargo 
"Terminada a licença de campanha, voltei para a sala de aula. Mas, ao mesmo tempo, estou participando de muitas reuniões, com todos os setores da sociedade, na área de segurança, com professores, para procurar ver os caminhos que vamos seguir". 

Defesa do Paraná
"Tenho conversado com o Professor Oriovisto e quero dizer que temos que temos que trabalhar em favor do Paraná, que tem muitos desafios. Trabalhar junto com o governo em favor do Estado e, principalmente, dos Municípios". 

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