A pouco menos de seis meses das eleições o cenário político-eleitoral deste ano está um tanto nebuloso. Isso, em grande parte, causado pela pandemia do novo coronavírus, que tem levado lideranças políticas a fugir, neste momento, de questões sobre disputa eleitoral. No entanto, mesmo que evitem falar sobre o assunto, pelo menos por enquanto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) descarta a possibilidade de adiar as eleições municipais, mascadas para o dia 4 de outubro, em primeiro turno.
As primeiras datas do calendário eleitoral, por exemplo, que tratava sobre o prazo da janela partidária e filiação de novos candidatos não foram alteradas, e encerraram, respectivamente no dia e 4 de abril. Assim, em meio a negociações ainda de bastidores, é possível traçar um cenário para entender, neste momento, como está a corrida pela Prefeitura de Ponta Grossa.
O grupo do prefeito Marcelo Rangel (PSDB) – que já está no segundo mandato consecutivo e, assim, não pode concorrer – ainda não se posicionou oficialmente sobre quem teria o apoio para a sucessão de Rangel na Prefeitura. No entanto, entre os nomes que podem entrar na disputa estão o presidente da Câmara, vereador Daniel Milla e a vice-prefeita, Elizabeth Schmidt. Ambos, inclusive, ingressaram no PSD, partido ao qual é filiado o secretário estadual e deputado federal licenciado, Sandro Alex, irmão do prefeito, e o governador Ratinho Junior. O secretário municipal de Serviços Públicos, Marcio Ferreira, também tem se posicionado como pré-candidato; no entanto, ele deixou o PSD e se filiou ao PSL.
Outro nome que vem sendo cogitado é o do ex-prefeito e ex-deputado estadual Jocelito Canto. Jocelito, que continua atuante em seu programa de rádio e é apresentador de programa de TV, vinha reforçando até pouco tempo que não voltava para a política. No entanto, depois que recentemente a 2ª Vara da Justiça Eleitoral julgou improcedente a ação de ressarcimento movida contra o ex-prefeito, o nome de Jocelito voltou a estar entre os principais nomes que podem disputar o Executivo, embora ele mesmo ainda não confirme se pretende disputar as eleições. Em seu programa de rádio, em março, Jocelito também destacou que vinha mantendo diálogo com outros dois pré-candidatos a prefeito: o ex-deputado Marcio Pauliki (SD) e o deputado federal Aliel Machado (PSB).
Pauliki, inclusive, lançou no início de janeiro, a plataforma PG+200, um banco de ideias criado para o cidadão apontar sugestões em qualquer área para melhorar o município. O objetivo, segundo ele, é que a população de Ponta Grossa pudesse ter voz ativa e participação direta em um pré-plano de governo. Ao DC, Pauliki ressaltou que "neste momento a prioridade é o cuidado redobrado com os colaboradores da sua empresa seja na saúde quanto na manutenção de seus empregos […]. Após passar tudo isso vou analisar o cenário". Aliel, por sua vez, destacou há alguns meses ao Diário dos Campos que o PSB discutiria ideias e projetos antes de apresentar um nome. O certo é que Aliel – que disputou o segundo turno das eleições municipais em 2016 – é um nome forte para disputa.
Na Câmara de vereadores, além de Milla, são outros quatro possíveis candidatos: Felipe Passos (PSDB), Dr. Magno (PDT), Sebastião Mainardes Junior (DEM) e Ricardo Zampieri (PRB). Zampieri, inclusive deixou o PSL e filiou-se ao Republicanos por conta da formação de uma base de apoio, de direita conservadora, na cidade, que inclui o PRTB, do ex-prefeito Pedro Wosgrau Filho. Também compõem o grupo os vereadores 'Valtão', Sargento Guiarone e Celso Cieslak, além do comunicador João Barbiero, todos filiados ao PRTB. Segundo Zampieri, o Cidadania (antigo PPS), o Pros, do vereador George Luiz de Oliveira, o PMB (Partido da Mulher Brasileira), e o PTC, comandado também pela ala Bolsonaro (Partido Trabalhador Cristão), integram o grupo. Mainardes por sua vez, conta com o apoio do grupo liderado pelo deputado estadual Plauto Miró (DEM) e vem trabalhando para a consolidação de sua candidatura.
O MDB também anunciou que desejava ser protagonista nas eleições, com candidato próprio. Se isso se consolidar o nome que possivelmente estará na disputa será do ex-vereador Julio Kuller.
Entre os partidos de esquerda, o PT e o PCdoB também já anunciaram nomes que poderão disputar as eleições para o Executivo ponta-grossense. O professor universitário Edson Armando Silva colocou seu nome à disposição do PT, enquanto o PCdoB de Ponta Grossa lançou a pré-candidatura de Elton Barz, presidente estadual do partido, ao executivo municipal.
Entre outros nomes cogitados em grupos de redes sociais como possíveis concorrentes estiveram o do presidente do clube gestor do Operário Ferroviário, Álvaro Góes; ex-prefeito Pedro Wosgrau Filho; empresária Indianara Milléo; empresário Douglas Taques, o juiz federal Antônio César Bochenek e o professor universitário Sergio Gadini.