Trabalhadores da fábrica da BRF, em Carambeí, estão de braços cruzados desde a madrugada de ontem. A paralisação tem como objetivo garantir o reajuste salarial proposto pela categoria, mas que não foi aceito pela empresa. Por enquanto, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação descarta a paralisação na unidade de Ponta Grossa. Na manhã de ontem, a entidade recebeu da Justiça o interdito proibitório, que prevê uma série de regras para a realização da greve.
Nesta quarta-feira, a BRF informou que está aberta a novas negociações com os funcionários e que já tem uma proposta diferenciada para apresentar, no entanto, a reunião ainda não foi marcada. Segundo a assessoria que não repassou números a proposta é que o aumento percentual varie conforme o salário do funcionário. O objetivo, com esta medida, de acordo com a empresa, é evitar demissões em massa, embora a assessoria tenha descartado a possibilidade de desligamentos.
Adesão
O sindicato diz que a adesão no primeiro turno foi de 60%, já a empresa contesta e garante que apenas 10% dos funcionários entraram em greve no primeiro dia. Por conta disso, segundo a companhia, a produção não foi paralisada e segue em ritmo normal.
De acordo com o presidente do Sindicato, Luís Pereira dos Santos, para evitar retardo na produção, a empresa estaria obrigando alguns trabalhadores a ampliar a carga horária nos turnos seguintes. Por meio da assessoria, a BRF não confirmou essa informação.
A unidade de Carambeí produz frango inteiro para exportação e em corte e emprega 1,8 mil pessoas. De acordo com a BRF, diariamente são abatidos nesta fábrica 500 mil frangos.
Campanha
A categoria iniciou a campanha salarial em novembro do ano passado, pedindo 16,33% de reajuste salarial (inflação de 10,33% e aumento real de 6%), porém revisou a pauta e baixou o percentual para 11,83%. Em contrapartida, a BRF ofereceu 5% na primeira rodada de negociação e 8% na segunda.
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