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Profissão: uma escolha, dois resultados


COMPETÊNCIA
Luciano Salamacha: ponta-grossense estará entre palestrantes de renome em debate

O que você vai ser quando crescer? Quantas vezes esta pergunta foi lhe feita na infância e quantas profissões você respondeu? A resposta não é tão importante quanto ter acertado na escolha. O acerto profissional é garantia de sucesso para uma vida inteira. Mas como escolher uma profissão e se dar bem no mercado de trabalho? Descobrir em que atividades você se realiza pode ser um bom começo. E este foi o caminho seguido por um ponta-grossense que sonhava em ser advogado, psicólogo, jornalista, mas nunca pensou em estudar administração. Hoje, Luciano Salamacha é um  dos mais renomados professores da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Neste mês, ele estará ao lado de palestrantes de renome como Max Gehringer, Mirian Leitão, Lúcia Hipólito, Carlos Alberto Sardenberg, Sérgio Abranches, Viviane Mosé e Merval Pereira. Todos palestrarão sobre o futuro do estado do Espírito Santo (Luciano ministra aulas em Vitória). A série de oito debates se iniciou em março e a apresentação de Salamacha, sobre Comércio, está marcada para o próximo dia 27.

Dividindo seu tempo profissional entre palestras e aulas – ministradas em vários estados brasileiros – Luciano Salamacha faz questão de frisar que é um homem VIP. Veja porque na entrevista que fala sobre a importância do acerto na escolha da carreira profissional.

DIÁRIO DOS CAMPOS – Como é ser escolhido para palestrar e estar ao lado de grandes nomes do cenário nacional?
LUCIANO SALAMACHA – É o resultado de um trabalho que tenho realizado em várias frentes nos últimos anos. No mundo acadêmico, como professor da FGV nos cursos de MBA nestes últimos quatro anos fui considerado o melhor professor de Estratégia de Empresas daquela instituição em todo o País. Neste ano, completarei 11 anos de estudos em pós-graduação de maneira ininterrupta: MBA em Gestão Empresarial, pós-graduação em Gestão Industrial, mestrado em Engenharia de Produção e doutorado em Administração.

Participo de grupos de pesquisa junto ao CNPQ, sou orientador do TCC  de cerca de 500 alunos pela FGV no Brasil todo nos cursos de MBA, além de ter publicações científicas no Brasil e no exterior. No mundo empresarial, como consultor de empresas e palestrante, tenho atuado com clientes de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, implantando o Planejamento Estratégico em organizações que são referência em sua área ou realizando treinamentos e palestras voltadas ao desenvolvimento da alta gestão. Sou sócio de quatro empresas e membro do Conselho de Administração de várias empresas. No mundo jornalístico atuei como comentarista efetivo em canais de TV por dois anos, colunista em várias emissoras de rádio da Rede CBN e também em outras rádios, além de colunista do Diário dos Campos.

DIÁRIO – Você participou de outros eventos que reuniu profissionais reconhecidos nacional e internacionalmente? Quais?
LUCIANO – Sim, como em Porto Alegre em que dividi o palco com Oscar Schmidt,  Clóvis Tavares, Leila Navarro e Miriam Leitão em um evento para Associação Gaúcha de Supermercados. Também houve um seminário comercializado por uma empresa de eventos que convidou a mim e Gustavo Cerbasi para falar sobre carreiras e gestão financeira. Além disto, tenho realizado palestras para empresas como Johnson & Johnson, Warner Bross, Symantec, Itaú, Avon, entre outras.

DIÁRIO – Qual carreira você pensava em seguir?
LUCIANO – Como qualquer pessoa, tinha muitas dúvidas sobre o futuro. É o que pode ser chamado de liberdade em excesso. Quando uma pessoa tem diante de si todas as possibilidades que a juventude proporciona, isso gera mais confusão que alegria. No meu caso, pensei em ser advogado, psicólogo, jornalista, etc, o que é interessante é que nunca ponderei estudar administração.

DIÁRIO – Você é um profissional altamente reconhecido no mercado. Isto se deve a escolha certa da profissão?
LUCIANO – Posso dizer que fui feliz na escolha, mas é importante dizer que não acertei na primeira. Aliás, uma das grandes lições que aprendi no mundo corporativo é que nem sempre a primeira escolha tem que dar certo. É por isso mesmo que o método de aprendizado que auxilia um pesquisador ou inventor a encontrar excelentes resultados é o da tentativa e erro. Desconheço o método da tentativa e acerto. Esse é um recado importante para os pais que obrigam seus filhos a acertar na escolha de maneira irreversível.

O importante não é acertar, mas principalmente aprender com o erro.

DIÁRIO – A escolha da profissão é imprescindível para o sucesso profissional de uma pessoa?
LUCIANO – Em vez de chamar de escolha, prefiro chamar de encontrar o seu caminho. Escolher é optar entre várias alternativas. Encontrar o seu caminho significa descobrir em que atividades você se realiza. Note que pessoas que fazem o que gostam utilizam a alta carga de trabalho como combustível, como fonte de motivação e não como problema existencial. É como encontrar o que se chama de fio da meada. Ao descobrir o seu caminho o mundo fica pequeno e a vida fica curta para tudo que você percebe que pode realizar.

DIÁRIO – Hoje o terceiro grau é apenas uma das exigências do mercado de trabalho. Como escolher uma profissão?
LUCIANO – Cada vez que um candidato a emprego me pergunta se o ensino superior é realmente exigido pelo mercado, minha resposta costuma ser não. Essa é uma exigência que sua carreira profissional deve ter e não o mercado. Pessoas podem ter sucesso sem ter sequer passado pelos bancos escolares? Sim, isso é possível. Entretanto, o percentual de pessoas bem sucedidas e que não estudaram está ficando cada vez menor quando comparado com o percentual daqueles que optaram por estudar. Para escolher uma carreira um bom caminho é buscar as chamadas ‘áreas de aderência’, ou seja, atividades que mais se aproximam daquilo que gera na pessoa uma dedicação adicional para pesquisar e desenvolver-se. Uma carreira pode englobar mais de uma atividade profissional. É importante lembrar que a maioria das pessoas que faz o que gosta, não trata suas carreiras como  um hobby e de maneira displicente. Ao contrário. Quanto mais apaixonado e realizado com o que faz, mais uma pessoa se identifica com a sua carreira, mais ela se dedica.

DIÁRIO – Você teria o mesmo sucesso se escolhesse outra profissão?
LUCIANO – Sim, desde que me mantivesse na mesma carreira, ou seja, no mesmo caminho, na mesma trilha. Essa diferença é importante. Quando se fala do mundo corporativo, pode-se escolher uma carreira e depois várias profissões que o mantenham na mesma linha. Um bom exemplo é a carreira jurídica que pode proporcionar profissões como da magistratura, ministério público, advocacia, docência, etc. O importante na minha visão é estar seguro que a carreira escolhida é a correta.

DIÁRIO – Você faz questão de usar o termo VIP quando fala de si próprio. Porquê?
LUCIANO – Sim, sempre. Seja em uma palestra, aula ou outra circunstância em que tenho oportunidade. Há um motivo para isso. Anos atrás, ouvi de um empresário que as pessoas que tinham algum tipo de sucesso obrigatoriamente teriam que sair da cidade para conseguir uma boa qualidade de vida porque seus filhos não desejariam construir suas vidas em Ponta Grossa. Aquilo me marcou bastante. Principalmente porque acredito que se uma pessoa não está contente com algo, a solução é agindo de alguma maneira para mudar aquela situação. Fugir efetivamente é o pior caminho. Outra questão que sempre me incomodou foi escutar de algumas pessoas que os ponta-grossenses não gostam da sua cidade. Não concordo. Quem realmente não gosta da cidade, já teria dado um jeito de sair daqui. Faça o teste. Pergunte a uma pessoa e perceba que todos gostam de sua cidade. Ainda, várias pessoas vieram para a cidade desenvolver seus negócios e falam bem daqui. Decidi que deveria fazer a minha parte. VIP significa Vindo do Interior do Paraná. Falo bem da minha cidade por onde quer que eu vá. Ainda assim, tem sempre alguém que pergunta: sim, você é de Ponta Grossa, mas mora onde? Com orgulho respondo: em uma cidade linda, formosa e maravilhosa do interior do Paraná chamada Ponta Grossa.

“Quando se fala do mundo corporativo, pode-se escolher uma carreira e depois várias profissões que o mantenham na mesma linha”

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