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Polêmica nas redes sociais reforça a importância da amamentação

 


Cristiane comenta que não vê problema em amamentar o filho Arthur em locais públicos. Foto: Peterson Strack

 

Recentemente, uma publicação nas redes sociais gerou polêmica e revolta para muitos brasileiros. Uma mulher criticou uma mãe que estava amamentando enquanto pedalava. “Pobre fazendo pobrice! Vai em um bairro nobre ou em um restaurante fino pra você ver se encontra mulher com o peito pra fora? Jamais! Elas levam mamadeira! Como eu fazia! Ou no mínimo colocam uma fraldinha pra tapar o peito! Isso se chama bom senso!“, escreveu uma estudante em seu perfil no Facebook.

Na postagem, a universitária alega que após os seis meses a criança não precisa ser mais amamentada a qualquer momento e a qualquer hora. “Essa história de amamentação é um programa de incentivo do governo pra fazer as coitadas das pobres virarem umas vacas leiteiras e ficar amamentando até dois anos de idade! Economia pro governo! (…) Eu nunca amamentei meu filho e ele é lindo e saudável! O [leite industrializado] hj em dia é completamente igual ao leite materno em questão de nutrição! Hoje em dia não tem mais necessidade de amamentar dessa maneira! O mundo ta evoluindo gente!”, disse.

Depois da publicação, muitas mães criticaram a internauta e comentaram sobre a importância do aleitamento materno. “Amamentar não é fácil no começo. O peito dói e o leite empedra. Porém, temos que ter força de vontade e sempre insistir. Todo e qualquer sacrifício vale a pena. Existe a troca de carinho e calor entre a mãe e o filho. Além disso, vários anticorpos são repassados através do leite materno”, conta a jornalista e mãe do bebê Arthur, de nove meses, Cristiane Dresch.

Sobre amamentar em público, Cristiane relata que nunca viu problema em alimentar o Arthur em locais que concentre grande quantidade de pessoas. “Nunca sofri e também não tenho preconceito com relação a isso. Já amamentei o Arthur em praças de alimentação, fila do banco e restaurantes. Amamentar é algo do ser humano, porém, as pessoas acabam levando para o lado da sensualidade. Você só quer alimentar o seu filho e não está nem ai se o seu peito está à mostra”, comenta.

Saúde

De acordo com o pediatra Luiz Carlos Acioli Cançado, nos seis primeiros meses  de vida,o bebê deve ingerir exclusivamente o  leite materno. “Os seis primeiros meses são insubstituíveis para o crescimento e desenvolvimento do bebê e para o fortalecimento do vínculo afetivo entre mãe e filho. Os dois meses extras (além dos quatro constitucionais) são opcionais para as mulheres”, explica.

Segundo o especialista, os bebês que se alimentam do leite materno tem menos infecções. Os bebês que não são amamentados têm o risco até duas vezes maior de morrer por diarreias ou outras infecções. Segundo a Organização Mundial de Saúde, é importante que o bebê receba o leite com as bactérias do ser humano, o leite materno é muito  importante para formar a defesa do organismo”, garante. “A partir do sexto mês de vida pode-se introduzir as frutas ( sucos e papinhas) na porção de 100 gramas diárias, e a sopinha  de legumes, carne branca de frango e peixe podem ser ingeridos pelo bebê”, completa.

Cançado afirma ainda que todas as mães devem ser incentivadas a amamentar, com exceção daquelas que são portadoras do vírus HIV ou que façam tratamento quimioterápico.  “Na impossibilidade da amamentação materna será oferecido ao bebê outras fórmulas disponíveis, mas sempre com orientação do pediatra”, orienta o médico.

 

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