Menu
em

Plano de Saneamento de PG tem trechos copiados

Documento questionado em audiência pública apresenta partes idênticas a de outros planos de municípios da região

 

 

Arquivo DC
Audiência pública apontou falhas no Plano de Saneamento elaborado pela Prefeitura de Ponta Grossa

 

 

A revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico de Ponta Grossa – elaborada pelo município e atualmente em análise na Câmara de Vereadores – apresenta trechos idênticos a de documentos já existentes em outros municípios.

Uma análise entre a versão do Plano de Saneamento de Ponta Grossa e os planos de Castro e Palmeira mostra que, mais de dez páginas apresentam conteúdos idênticos ou muito semelhantes. A primeira versão do Plano de Saneamento enviada em dezembro pela Prefeitura de Ponta Grossa à Câmara – segundo apurou o Diário dos Campos – apresentava um trecho mencionando a cidade de Palmeira, em vez de Ponta Grossa.

Entre as partes copiadas estão metas e objetivos, plano de contingências, além de trechos dos objetivos e prioridades. Além dos planos de Palmeira e Castro, Toledo também tem partes idênticas à versão apresentada pela Prefeitura de Ponta Grossa. Na página 7 do documento de Ponta Grossa, por exemplo, o texto afirma que “O Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB, tem por objetivo apresentar o diagnóstico do saneamento básico no território do município e definir o planejamento para o setor. Destina-se a formular as linhas de ações estruturantes e operacionais referentes ao Saneamento Básico, especificamente no que se refere ao abastecimento de água em quantidade e qualidade, a coleta, tratamento e disposição final adequada de seus resíduos”. A página 5 do Plano de Saneamento de Palmeira apresenta exatamente o mesmo trecho. (Confira detalhes na arte)

Outro trecho bastante semelhante entre os planos é o item ‘objetivos e metas’. As páginas dos documentos da região só diferem quando são especificados prazos, por exemplo, em Ponta Grossa informando que se trata do período entre 2016 e 2046 (em Palmeira é de 2014 a 2044, Castro entre 2013 e 2043), as demais metas são exatamente as mesmas, para todos os municípios.

A autoria do Plano de Saneamento é atribuída à Agência Reguladora de Águas e Saneamento (ARAS), com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Ponta Grossa (Iplan) e para Paulo Barros, presidente do Iplan e um dos autores da revisão, os trechos iguais não configuram como cópia. “Não diria que são cópias. Foram usados documentos como referências, que apontaram o caminho para a elaboração do Plano, e conforme foi apontado na audiência pública, estas referências serão devidamente colocadas, assim como outras alterações sugeridas”, alega o engenheiro.

Falhas

Não é a primeira vez que falhas são apontadas na revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico de Ponta Grossa. Em dezembro, quando o município apresentou a primeira versão do documento e encaminhou à Câmara, o DC verificou que em trechos do documento havia uma menção à cidade de Palmeira, bem como antecipava o resultado de uma audiência pública que ainda não havia acontecido. A autoria do Plano também não era informada. Na época, o presidente da ARAS, Márcio Ferreira, atribuiu as falhas a ‘erros de digitação’.

 

O Plano de Saneamento Básico podem ser acessados nos sites:

Ponta Grossa http://www.pontagrossa.pr.gov.br/files/pmsb_ponta_grossa_rev_01_verd_dez2015_final_dia12.pdf

Palmeira

http://www.palmeira.pr.gov.br/wp-content/uploads/2014/02/plano-municipal-saneamento-basico.pdf

Castro

http://www.camaracastro.pr.gov.br/anexos/AnexodaLein28532014.pdf

Cópias serão entregues ao MP, vereadores e Prefeitura

O advogado Marcius Nadal representante do Instituto Conviva informou que levará versões dos planos de saneamento dos municípios e a revisão apresentada pelo Iplan de Ponta Grossa para o Ministério Público do Paraná (MP-PR), Prefeitura e vereadores. A intenção de Nadal é alertar para o fato de haver cópia entre os documentos. “Quero alertar vereadores, prefeito e Ministério Público, para que tomem conhecimento e alegarem que não sabiam”, disse. “No meu entendimento, não se trata somente de um problema técnico, mas de falsificação de documento”, acusou o advogado.

O presidente do Iplan, Paulo Barros, informou que todas as alterações e falhas apontadas no Plano de Saneamento já estão sendo revistas e que uma terceira versão do documento em breve estará disponível. “Queremos definir o quanto antes esta questão, mas, com certeza, as demandas apontadas pelas entidades na audiência pública serão atendidas e a nova versão do plano terá publicidade”, garante Barros.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.
Sair da versão mobile