Volta e meia, em sua rotina como treinadora da seleção feminina de futebol, Pia Sundhage para um pouco. Entre uma orientação e outra, antes e depois das reuniões com a comissão técnica, ela chega a se perguntar: "isso realmente está acontecendo?". Aos poucos, a sueca vê a ficha cair. Nesta quinta-feira, quando fizer sua estreia com a seleção brasileira, diante da Argentina no Torneio Uber de Futebol Feminino, Pia terá mais um motivo para acreditar que não é só um sonho.
“Eu estou muito feliz de estar aqui. Eu acordei nessa manhã e pensei: “Eu não estou na Suécia, eu não estou nos Estados Unidos, estou no Brasil. Eu sou a treinadora da Seleção Brasileira Feminina”. E me perguntei “É verdade? Sim, é verdade! Então vou levantar, fazer alguns exercícios e vamos para o próximo dia”. Para mim ainda é difícil assimilar, mas pouco a pouco, irei me acostumar”, revelou a técnica, em entrevista exclusiva para a CBF TV.
A ansiedade de Pia por estrear com a seleção feminina provavelmente tem o mesmo tamanho que o desafio que ela tem. A menos de um ano dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a sueca tenta repetir o feito que conseguiu nas últimas três edições: chegar à final.
O trabalho já começou e, enquanto isso ela se adapta à língua e ao seu novo país, a sueca tem conhecido um dos lados mais fortes do povo brasileiro: a hospitalidade. Por onde a seleção vai, são fotos, gritos de seu nome e autógrafos. Todo esse carinho a motiva ainda mais para, o quanto antes, começar a retribuir os torcedores dentro de campo. Que a primeira vez seja nesta quinta, contra a Argentina, e abra os caminhos para uma nova era na seleção. “Eu estou amando. Eu posso ficar tirando selfies pra sempre. Porque, principalmente, eles não estão tirando fotos de mim, estão tirando foto com uma jogadora de futebol. E antigamente ninguém nos reconhecia, o jogador de futebol era homem , agora, homens e mulheres jogam em um alto nível, então eu gosto disso. É bom estar perto de gente que gosta de futebol”. (Foto: Mauro Horita/CBF)