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“PG tem muito mais a receber do que pagar”

Prefeito de Ponta Grossa afirma que situação financeira do Município é boa, e elenca desafios para os próximos anos

 

Daniel Calvo
“Não tenho dúvida que estarei entregando no final do meu mandato, para o próximo prefeito, uma cidade saneada do ponto de vista econômico”

 

 

Ponta Grossa completa 194 anos em boa saúde financeira. É que garante o prefeito Marcelo Rangel (PPS). Em entrevista ao Diário dos Campos, o chefe do Executivo reconhece que o Município tem dívidas ‘históricas’ e que tem de se desdobrar para quitá-las. No entanto, Rangel garante que hoje a administração tem mais a receber do que a pagar.

Rangel também cita as medidas que o Executivo pretende pôr em prática para acelerar as finanças, como a venda de terrenos públicos para pagar os precatórios como indicativo de recuperação da saúde financeira do município.

O prefeito ainda afirma que Ponta Grossa tem muitos desafios – como na infraestrutura e pavimentação – mas também vive um bom momento. “Nossa cidade tem desafios, tem dificuldades, porque é uma cidade brasileira. Tem obstáculos como todas as outras cidades do país. Mas por outro lado está em um caminho, um ritmo diferente”, afirma.

Por fim, Rangel ainda se refere ao Lago de Olarias como ‘a maior obra de sua gestão’ e garante que as obras estão ‘a pleno vapor’ e em ritmo de conclusão. Confira trechos da entrevista:

Saúde e segurança

“O Diário dos Campos fez uma pesquisa no início da minha gestão, cinco anos atrás: qual era a maior preocupação dos ponta-grossenses? E lá estava, com quase 90%, a saúde, que era o maior problema de todos. Este ano foi realizada a mesma pesquisa, e mudou completamente o cenário. Hoje a maior preocupação está ligada à segurança pública, isso se dá muito em função da crise no nosso país, à falta de emprego. Mas a saúde caiu de 90% para 5%. Claro que temos muito o que fazer, temos desafios diários que precisam ser superados na área da saúde. Mas já demonstramos que nosso trabalho funcionou, dá resultados, aparece no sentido de dar assistência direta à população e ela se sentir mais segura em relação ao atendimento de saúde”

Deficit de pavimentação

“Se o maior desafio no passado era saúde, hoje realmente é a infraestrutura. Se o país está sofrendo do ponto de vista econômico, os repasses para as prefeituras estão diminuindo a cada momento. Os investimentos em pavimentação asfáltica se tornaram muito altos. Hoje um quilômetro de pavimentação custa mais de R$ 1 milhão. Ou seja, com essa falta de recursos, e principalmente com as dívidas adquiridas pelo Município ao longo de muitos anos, tudo isso acaba tornando muito difícil de se realizar. Por isso focamos nesse segundo mandato na questão da infraestrutura, da pavimentação asfáltica, para que a gente possa diminuir esse deficit, que é histórico, na nossa cidade. No mandato anterior, nós fizemos mais de duzentos quilômetros, e mesmo sendo o maior programa de pavimentação da história, ainda foi pouco diante da necessidade da população. Nesse mandato vamos fazer muito mais, e fizemos muito já nesse primeiro ano. Tivemos um recorde, em apenas um ano, do número de quadras e quilômetros asfaltados. Mas é realmente um desafio, porque é muito caro, e com as dificuldades orçamentárias do Município, tudo isso precisa ser muito bem calculado e planejado”

Lago de Olarias

“Tenho respeito absoluto a todos os projetos que já passaram pela prefeitura, independente dos posicionamentos político-partidários. Tínhamos que acabar com aquela história de sair um prefeito e entrar outro tentando destruir ou parar com programas e projetos que foram encampados no passado. Nós refizemos os projetos do Lago de Olarias, trabalhamos muito em cálculos de planejamento, mas a ideia sobre o lago aconteceu há muitos anos, e respeitamos esta ideia. Assim como a Arena, que era um imbróglio. Estávamos com um problema gravíssimo da Arena e tivemos que refazer todos os projetos com relação à estrutura do telhado e hoje a ela está funcionando. Temos diversos projetos que no passado foram aventados e que retomamos, como é o Mercado Municipal, que ainda em setembro terá sua licitação. Ou seja, queremos que as boas ideias sejam respeitadas. E o Lago de Olarias é o nosso maior projeto, porque ele será um marco no desenvolvimento da cidade, na mudança da concepção arquitetônica, podemos dizer assim. Porque vamos fazer uma nova divisão na cidade, talvez se criar um novo centro em nossa cidade. E as obras estão indo a pleno vapor. Estamos na última fase, que são os gabiões, que segundo o planejamento, terminam até o final de novembro. E aí podemos fechar as comportas, ou seja, teremos um lago propriamente dito, e as licitações do paisagismo, das ruas em torno, também estão em andamento. Esse é um ano especial, em 2017 vamos consolidar definitivamente o nosso lago”

Saúde financeira da cidade

“Ponta Grossa, ao longo de mais de 190 anos sempre teve problemas com dívidas crônicas. Passamos quatro anos pagando dívidas e certamente é o maior desafio como gestor público. Mas hoje temos uma grande diferença, a cidade de Ponta Grossa tem muito mais a receber do que a pagar. Portanto, trabalhando com a Câmara Municipal para aprovação de projetos que viabilizem o pagamento dos inadimplentes, conseguindo resgatar os valores da dívida ativa, que hoje passam de R$ 300 milhões, nós vamos ter condições de pagar não somente os precatórios, mas as dívidas de INSS, que são não de um governo, são dívidas de dezenas de anos, de muitas gestões. Portanto, a situação financeira de Ponta Grossa é boa, porque quando se tem mais a receber do que a pagar, você está no azul. É uma situação que pode ser solucionável. Além disso, apresentamos um projeto para que a gente possa vender os terrenos públicos, porque Ponta Grossa é peculiar nesse sentido, temos mais de R$ 800 milhões em terrenos espalhados por toda a cidade, inclusive em bairros nobres, em condomínios fechados. E para quê termos esses terrenos que hoje estão criando mato, às vezes podem esconder bandidos, de difícil fiscalização e manutenção, não pagam IPTU, e muitas vezes acabam atrapalhando seus vizinhos? Com a venda desses terrenos podemos solucionar o pagamento de todos os precatórios, que passam de R$ 100 milhões. Eu não tenho dúvida que estarei entregando no final do meu mandato, para o próximo prefeito, uma cidade saneada do ponto de vista econômico, preparada para fazer os investimentos necessários em infraestrutura e em todas as outras áreas e muito melhor preparada para o futuro”.

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