Quem já deixou de ser criança há algum tempo sabe bem disso: não há nada mais desagradável do que uma insistente dor nas costas. Má postura no trabalho ou em outros ambientes, durante horas seguidas, pode levar a problemas irreparáveis com o passar dos anos. Mas, você sabia que os riscos já se apresentam desde a infância?
Recente pesquisa realizada pelo Archives of Disease in Childhood mostra números alarmantes sobre a associação entre o uso de mochilas pesadas e problemas de saúde nas crianças. Mais de 60% daquelas que usavam a peça com peso superior ao recomendado – 10% do peso corporal – estavam destinadas a ter problemas de coluna no médio e longo prazo.
Os alunos entrevistados se queixaram de escoliose, dores lombares e contrações involuntárias. Dos 1403 estudantes entre 12 e 17 anos, aqueles que carregavam as mochilas mais pesadas apresentaram 50% a mais de risco de desenvolverem dores nas costas e maior propensão a outras doenças na região. Além disso, as meninas se destacam como grupo mais exposto a dores na região.
Diante de tal quadro, os pais devem ficar atentos para que a criança não exceda a carga de 10% do seu peso corporal, além de usarem alças largas e ajustáveis na hora de carregar o material. Quando há muitas disciplinas a serem cumpridas na escola, uma boa escolha é optar por fichários e fazer uma organização diária das folhas em casa.
Os pais também devem ficar atentos à proporção da mochila, que precisa estar adequada à altura da criança. Em linhas gerais, recomenda-se o tamanho P para aquelas abaixo de 1 metro, M para até 1.30 m, tamanho G de 1.30 a 1.40 m e GG para aquelas acima de 1.40 m. O importante é que a parte superior da mochila venha logo no início da coluna, abaixo do pescoço, e a inferior fique na altura da cintura, sem se estender além disso. Se o percurso até a escola for muito longo, a dica é usar as clássicas mochilas de rodinhas, com o ângulo adequado para a criança carregar.