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Período de plantio de trigo inicia em meio à estiagem em Ponta Grossa e região

A janela para o início do plantio de trigo inicia nos próximos dias na região de Ponta Grossa, mas a falta de chuvas preocupa os agricultores da região. Sem a umidade ideal no solo, pode ser que os produtores optem por atrasar o plantio do cereal, mas mantendo ou até mesmo aumentando a área de cultivo devido à atratividade dos preços: com a saca valendo R$ 60, uma tonelada pode render de mil a mil e duzentos reais – é o que aponta o economista do Departamento de Economia Rural (Deral) do núcleo regional da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), Luiz Alberto Vantroba.

A maioria deve aguardar condições ideais de umidade para garantir uma boa germinação. Ainda existe espaço para esperar uma chuva boa para fazer o plantio com segurança, porque ele pode se estender até o final de junho e início de julho – porém, se deicar para plantar muito tarde perde potencial de produtividade”, destaca Vantroba.

Edilson Gorte, diretor de Agronegócio da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), também que lembra que se a cultura do trigo – que tem um ciclo aproximado de quatro meses, dependendo da variedade – for finalizada muito tarde, isso atrasa o desenvolvimento da soja no final do ano. “A colheita do trigo deve sr feita entre novembro e dezembro, não pode jogar muito pra frente porque tem que plantar soja em cima”, aponta Gorte.

Chuvas

Segundo o economista do Deral, que monitora dezoito cidades dos Campos Gerais, as chuvas que ocorreram nesta semana frustraram os produtores por gerar apenas em torno de 5 a 10 mm. “É muito pouco para uma situação de estiagem enfrentada em todos esses meses e que foi agravada em março e abril. Normalmente temos 125 mm de chuva mensalmente; em março foram 27 mm e abril 57 mm – ou seja, choveu apenas um terço do habitual”, avalia Vantroba.

Geadas

Outra preocupação dos produtores rurais é a antecipação do frio neste ano. “Estamos apreensivos porque estão falando em frio cedo e inverno seco. Já tivemos geadas e fazia muito tempo que não tínhamos em abril, e acabou pegando muita área de feijão que já estava sofrendo com a seca”, analisa Edilson Gorte.

Ele explica que o trigo já é uma cultura de risco. “O problema da geada para o trigo é quando ele já está soltando cacho, se preparando para a fase reprodutiva durante o emborrachamento. Não é a geada em si que mara, mas o Sol em cima. A geada congela a seiva e o Sol vem e cozinha, arrebentando, fazendo que a planta não produza o grão. A época em que isso acontece depende muito da variedade, mas geralmente é em torno de 1º de setembro e 15 de outubro”, ressalta o produtor.

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