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Pequenos negócios têm dificuldades para conseguir crédito em Ponta Grossa e Paraná

A ampliação dos impactos econômicos da crise provocada pelo novo Coronavírus tem levado um número maior de donos de pequenas empresas a buscar empréstimo para manter o negócio – o que não significa que eles consigam acessar os recursos solicitados. No Paraná, apenas um em cada cinco micro e pequenos empresários que solicitaram crédito tiveram sucesso, o sexto melhor índice do País. Ao todo, 34,8% ainda aguardam um retorno enquanto 44,9% dos empresários teve o pedido negado, terceiro menor índice brasileiro. Nacionalmente, 58,2% não obtiveram o empréstimo requerido.

Os dados são apontados pela pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas que confirma uma tendência já identificada em outras pesquisas próprias: de que os donos de pequenos negócios têm, historicamente, uma cultura de evitar a busca de empréstimo. Mesmo com a queda acentuada no faturamento, 60,2% dos paranaenses não buscaram crédito desde o começo da crise e, dos que buscaram, 88,3% o fizeram em instituições bancárias.

Dos pequenos empresários do estado que não conseguiram o recurso, 21,2% afirmaram ser por estar negativados no CADIN/Serasa, 18,9% não sabem, 16,9% por falta de garantias ou avalistas, 12,6% acharam a taxa de juros oferecida muito alta para a sua capacidade de pagamento e 4,4% não conseguiram aprovar o cadastro devido a certidões e documentos solicitados pelo banco, entre outras razões.

A coordenadora de Fomento ao Empreendedorismo e Inovação de Ponta Grossa, Tônia Mansani, endossa essa realidade, comentando que os principais entraves para a obtenção de crédito por parte dos pequenos negócios da cidade são as restrições e falta de garantias. “Aqueles que têm impostos atrasados ou outras pendências têm o crédito inviabilizado. O pessoal tem buscado bastante, tanto é que apenas no mês de abril registramos o dobro de todos os atendimentos feitos em 2019 em busca de informações sobre crédito”, conta ela.

Fundos de aval

Uma opção para os empresários interessados em obter crédito é recorrer a fundos de aval, em que outra instituição atua como avalista. A Prefeitura de Ponta Grossa anunciou um no mês passado que soma R$ 4 milhões e libera recursos individuais de até R$ 20 mil.

Outra opção é o fundo de aval do Sebrae, que possui recursos individuais de até R$ 12,5 mil para microempreendedores individuais (MEIs), até R$ 75 mil para microempresas (Mes) e até R$ 125 mil para empresas de pequeno porte (EPP). A expectativa do Sebrae é que esta operação permitirá a concessão de aproximadamente R$ 7,5 bilhões em crédito em todo o país.

 

Dicas do Sebrae para pedir empréstimos

*Recalcule as parcelas da dívida, alterando datas e valores de multas para que tudo possa caber no orçamento.
*Se o empreendedor tiver mais de uma dívida ele deve organizá-las por ordem de prioridades, tendo como base a situação geral da empresa.
*Na hora de negociar não trate quem está do outro lado como adversário já que, assim como você, o credor está em busca de solução.
*Seja verdadeiro e não leve a discussão para o lado pessoal, pois isso pode fazer a diferença.
*Ao fazer o empréstimo tenha em mente duas perguntas: o valor total das parcelas vai ser menor que a dívida atual e o valor é maior e dará para refazer seu caixa?
*Pesquise linhas de crédito que mais atendem suas necessidades e procure as instituições financeiras certas, pois elas possuem taxas diferenciadas.
*O empreendedor deve ter um bom score, manter os impostos e as certidões negativas em dia.
*Dependendo da finalidade do crédito, os bancos podem pedir um plano de negócios, por isso o empreendedor vai precisar dele para mostrar que seu projeto é viável.
*É bom mapear quais as garantias que você pode apresentar, se o projeto for aprovado pela instituição financeira.

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