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Pequenos negócios do setor do Turismo sofrem com a pandemia do Coronavírus

As pequenas empresas do setor de Turismo fazem parte dos grupos mais atingidos pelos efeitos da pandemia do Coronavírus no Brasil. Um levantamento sobre o cenário no país feito em 2018 pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com o World Travel (WTTC), entidade mundial de viagens e turismo, aponta que o Turismo contribuiu com US$ 152,5 bilhões para o Produto Interno Bruto (8,1% do total) brasileiro. Ao todo, o segmento gerou 6,9 milhões de empregos. De acordo com o Ministério do Turismo, o segmento é formado por 1,9 milhão empreendimentos divididos entre diferentes atividades, como agências de turismo, hotéis e pousadas, transporte, atrativos, eventos e até bares e restaurantes. Este número corresponde a 95% do total composto por micro e pequenos negócios.

De acordo com dados divulgados no final de 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Paraná ocupa as primeiras colocações no ranking de Estados mais visitados do Brasil. No mês de Outubro de 2019, por exemplo, o Estado garantiu a vice-liderança da lista ficando apenas atrás do Rio de Janeiro, mas à frente de destinos tradicionais como Santa Catarina e Bahia. Segundo informações de 2018 da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), o segmento do turismo no Paraná é composto por, aproximadamente, 20 mil empresas formais. Dessas, 5.700 são cadastradas no CADASTUR – sistema de cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor – e empregam diretamente mais de 124 mil pessoas. Ressalta-se que este setor, em 2017, gerou cerca de R$ 2,5 bilhões de Valor Adicionado Fiscal para economia do Paraná.

De acordo com a consultora do Sebrae/PR, Patrícia Albanez, empresários devem planejar a gestão do negócio durante a paralisação e estruturar canais de atendimento com o cliente. Junto ao cliente, o objetivo é a negociação das reservas para utilizar futuramente, seja remarcando ou gerando créditos, além de dar respostas e soluções rápidas a clientes e fornecedores.

“Em primeiro lugar, a recomendação é para que o empreendedor faça uma reorganização do fluxo de caixa. Nesse momento inicial, as empresas precisam negociar com seus fornecedores e clientes. O ideal é se antecipar com os clientes para propor suas condições de reagendamento de viagens e eventos, por exemplo. É muito importante também demonstrar sensibilidade com o bem-estar deles e também dos colaboradores. O momento exige novas atitudes”, aponta a consultora.

Izabel Machur é proprietária de uma agência de viagens em Pitanga, no interior do Paraná. A empresária comenta que todas as viagens a turismo foram canceladas pelo período de até 3 meses, causando impacto sem precedentes na história do setor.

“Este período será irrecuperável do ponto de vista econômico. As vendas nunca chegarão ao patamar do mesmo período do ano passado, quando nesta época já estávamos à todo vapor com as vendas das férias de julho, feriados prolongados e até mesmo das férias de janeiro para os mais prevenidos. Cabe agora sermos otimistas e tentar nos recuperar a longo prazo com estratégias de vendas, promoções, parcelamentos, atendimento personalizado e destinos diferenciados, cada um fazendo sua parte com seriedade e trabalho duro pois sabemos que nada será fácil depois desse furacão que assolou a todos nós”, pontua.

O que pode ser feito no período de paralisação das atividades:

  • Transfira o que for possível das atividades com sua equipe, fornecedores e clientes por canais a distância/ virtuais;
  • Comunique em todos os canais as medidas que a empresa está tomando relacionadas à política de cancelamento. Aproveite esse momento para demonstrar os serviços futuros.

Planeje como irá administrar sua empresa nesse momento de paralisação.

  • Analise quais contratos podem ser negociados para depois, converse com os fornecedores;
  • Isole ambientes que ficaram parados durante este período.
  • Acompanhe e planeje o fluxo de caixa.

Fique atento às medidas econômicas do governo e bancos quanto ao apoio aos pequenos negócios e ao setor de turismo.

  • Converse com seus agentes financeiros sobre linhas de créditos e flexibilização de pagamentos de empréstimos;
  • Verifique as medidas fiscais e carências que estão sendo negociadas em diferentes esferas governamentais.

Depois que todas as medidas emergenciais e de adaptação estiverem em curso, comece a pensar na sua retomada.

  • Mantenha-se ou se insira na governança do seu destino, esse é o momento de se unir e trocar boas práticas;
  • Use o momento para refletir sobre o seu negócio, veja como ele está posicionado. Se reorganize para, quando essa fase passar, a empresa retorne mais fortalecida;
  • Pense em uma campanha de marketing associada ao destino no qual está inserido;
  • Avalie novos canais de comercialização e mantenha ainda mais forte o que a empresa já tem.

Crie conteúdos que demonstrem a experiência futura que o cliente terá, sempre deixando a mensagem que no momento ele precisa ficar em casa, mas que em breve o seu serviço ou produto estará ainda melhor para recebê-lo.

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