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Para Pelé, Aranha precipitou-se ao denunciar racismo em jogo no RS

Para o ídolo e ex-jogador de futebol Pelé, o goleiro do Santos, Aranha, precipitou-se quando  manifestou-se publicamente no episódio de racismo em um jogo do Grêmio no Rio Grande do Sul. O Rei do Futebol diz que se fizesse o mesmo que Aranha em toda a partida que disputou e lhe fizeram ofensas racistas, não teria terminado nenhum jogo.

“O Aranha precipitou-se um pouco querendo brigar com a torcida. Se eu fosse parar o jogo ou gritar desde quando comecei a jogar, na América Latina, aqui no Brasil e no interior, toda vez que me chamassem de crioulo ou de macaco, aí todo jogo teria que parar. O torcedor, dentro da sua animosidade, ele está gritando ali. A gente tem que coibir o racismo, mas acho que não é tudo que vai coibir”, disse.

Pelé acrescentou que “quanto mais atenção se der para isso, mais vai aguçar esta coisa. Tem que coibir o racismo, mesma coisa que pegar alguém de raça amarela, é racismo também, o pobre, como pessoa discriminada, é racismo também. Então tem que tomar muito cuidado com as ações das pessoas”. Pelé destacou que é preciso verificar as reações do público, porque podem ocorrer casos de torcedores que agem de forma negativa com a camisa ou nas instalações de um clube justamente para prejudicar uma agremiação adversária.

Pelé também comentou um pouco sobre a seleção de futebol do Brasil. Ele disse que o atacante Neymar já é uma referência em campo, por isso não precisaria ocupar a função de capitão da seleção brasileira. “Se o Neymar já é uma referência, acho que o capitão podia ser outro. É talvez uma maneira de pensar. Acho que podíamos ter dois homens dentro de campo com duas referências para o árbitro respeitar”, disse. “Para se fazer uma seleção não pode ter apenas o número 10. Tem que fazer uma equipe e Neymar sozinho não vai ganhar a Copa do Mundo”.

O Rei do Futebol também falou sobre o técnico Dunga, que considera uma pessoa confiável e séria. Pelé disse acreditar na reestruturação do time brasileiro, mas é preciso investir na formação de jogadores e não deixar a tarefa para empresários. “Não é difícil remontar a seleção brasileira se a gente realmente fizer um trabalho mais sério. Um dos problemas que tivemos nos últimos anos, a seleção brasileira, embora tivesse os melhores jogadores do mundo, a formação sempre dependia de empresários. Esse é um cuidado que temos que ter daqui para frente. Para o empresário não interessa muito se o time vai vencer ou não, o empresário quer é botar os seus jogadores [na seleção]”, disse.

 

Jogadores carregam faixa contra o racismo. Foto: fotospublicas.com

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