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Pandemia provoca explosão de procura por crédito empresarial em Ponta Grossa

Com a queda no consumo verificada em diversos setores da economia decorrente da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, diversas empresas vêm tendo dificuldades em fechar contas no final do mês – o que vem provocando uma corrida por crédito. Em Ponta Grossa, apenas pela Fomento Paraná (instituição financeira do governo do estado), o montante liberado em abril e maio deste ano é o triplo do registrado no mesmo período de 2019, ultrapassando a cifra de R$ 663 mil – esse valor, referente a dois meses de 2020, é superior ao dos cinco primeiros meses do ano passado.

Em abril e maio a quantidade de empreendedores que obteve financiamento cresceu oito vezes no período, somando 121 contratos – de janeiro a maio de 2019 apenas 40 contratos foram firmados. No acumulado do ano Ponta Grossa soma R$ 921 mil liberados em créditos da Fomento Paraná para empresas, 73,5% a mais do que nos cinco primeiros meses do ano passado. São 140 contratos, mais do que o triplo do registrado anteriormente.

No ano passado, todas as 40 operações eram de microcrédito, que são financiamentos de até R$ 10 mil para pessoa física e até R$ 20 mil para pessoa jurídica. Neste ano a explosão se deu após o lançamento da linha Paraná Recupera, de até R$ 1.500 para informais e até R$ 6 mil para pessoa física (MEI, micro e pequeno porte), juntamente à linha Banco da Mulher Paranaense e ao microcrédito nas novas condições de taxas de prazos.

“Podemos dizer que enquanto os bancos comerciais, de modo geral, se retraíram na oferta de crédito, por uma conhecida aversão ao risco, a Fomento Paraná, como instituição financeira de desenvolvimento pública, por determinação do governador se colocou à disposição do empresariado”, destacou a instituição à reportagem do Diário dos Campos.

Juros reduzidos

Conforme explica a instituição, a linha Paraná Recupera (até R$ 6 mil), tem taxas de juros fixa de 0,41% ao mês e prazo de 36 meses, com até 12 de carência para pagar, tendo como garantia apenas o aval do sócio/proprietário. Da mesma forma funcionam as taxas de microcrédito, com prazo de 48 meses, incluindo doze de carência e taxas a partir de 0,76% (pelo Banco da Mulher Paranaense), ou ainda as linhas de capital de giro, para valores acima de R$ 20 mil até R$ 200 mil, com taxas a partir de 0,68% ao mês e prazo de até 60 meses. “Entre as vantagens podemos afirmar com certeza que estão taxas de juros mais baixas e prazos mais longos para pagamento, característicos da instituição”, afirmou a Fomento Paraná.

Crédito como fôlego

Mara Aparecida Cossetti possui uma loja de doces há vinte anos e o crédito obtido pela Fomento Paraná funcionou como uma espécie de fôlego para o seu negócio. “A quarentena foi decretada bem no período de Páscoa, quanto eu estava com um estoque muito alto. Como no gênero alimentício a validade dos produtos é mais curta tive prejuízo com o fechamento do comércio”, aponta ela.

A empresária conta que conseguiu o crédito de R$ 6 mil, pagos em três parcelas. “Ele não supre toda a necessidade, mas dá um fôlego nas contas. Fiz também acordos com os credores’, conta Mara, que pleiteou o financiamento através da Sala do Empreendedor e destaca a gratidão pelo bom atendimento.

Já para Alecksia Machado, proprietária de uma loja de uniformes profissionais, inicialmente a pandemia virou uma crise, mas logo se transformou em uma oportunidade. Em março, quando a doença começou a ser confirmada em Ponta Grossa, a paralisação das empresas fez com que seus clientes suspendessem pedidos. Neste momento, ela procurou a oferta de crédito e conseguiu através do Banco da Mulher, da Fomento Paraná.

“Usamos esse dinheiro para quitar todas as despesas mensais da loja pra ficarmos zerados. Depois começamos a fabricar máscaras, conseguindo dar a volta e manter um caixa maior; nesse período pegamos costureiras que estavam paradas para suprir a demanda e aumentamos o nosso maquinário”, explica a gestora da empresa familiar.

Única opção

No caso de Jaqueline Oliveira, que junto com o marido possui uma van para transporte escolar, a busca por crédito foi a única solução achada para a paralisação total das suas atividades, que já perdura desde o final de março. “Tenho alguns pais que ainda conseguem manter 50% da mensalidade, mas muitos já rescindiram o contrato. Essa é a nossa única renda e o crédito está sendo usado para suprir as contas”, contou ela.

Porém, a última parcela do seu crédito de R$ 6 mil foi depositada em junho e agora ela busca outras alternativas. “Se surgissem outras linhas que tivesse taxas tão boas quanto essa precisaríamos aderir pra poder suprir as necessidades de casa”, categorizou Jaqueline.

Alecksia Machado, que trabalha com a família em uma empresa de confecções, contratou a linha de crédito do Banco da Mulher Paranaense (Foto: José Aldinan)

 

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