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Pandemia eleva custos da construção civil e encarece obras

No Paraná o custo médio do m² subiu 12,52% em um ano e alcançou o patamar de sétimo mais caro do país

Foto: Arquivo DC

Apesar do boom do setor em Ponta Grossa e no Paraná, construir está cada vez mais caro no Brasil. No ano passado o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) registrou uma alta de 10,16%, maior aumento da série com desoneração, iniciada em 2013 – e a variação segue crescendo, já que de janeiro de 2020 para janeiro de 2021 o aumento nacional foi de 12% e paranaense de 12,5%.

O Sinapi mede o custo nacional para o setor habitacional por metro quadrado e é divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com os aumentos o custo médio por m² no Paraná em janeiro ficou em R$ 1.337,91 considerando a desoneração da folha de pagamento de empresas do setor da construção civil. Este é o sétimo maior preço do país, atrás de Santa Catarina, Acre, Rio de Janeiro, São Paulo, Roraima e Distrito Federal, e também é maior que a média brasileira (R$ 1.301,84).

Considerando a variação percentual em doze meses, que no Paraná foi de 12,52%, o valor é um pouco maior que a média nacional (12%), superior ao dos outros estados do Sul e correspondente ao 11º maior patamar brasileiro.

Regiões do estado

O Sinapi do IBGE tem seus resultados divulgados apenas por estado; dentro do Paraná o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) é subdividido em quatro regiões, que apresentam mensalmente o Custo Unitário Básico (CUB). Este índice determina o custo global da obra, traçando um parâmetro comparativo à realidade dos custos e servindo como mecanismo de reajuste de preços em contratos de compra de empreendimentos em construção.

O CUB classifica os valores por padrão de acabamento e número de pavimentos e, de acordo com o setor, a maioria das obras pertence à classe R8 (residencial padrão). Nela, os maiores valores desonerados são encontrados nas regiões Norte/Londrina (R$ 1.722,51) e Oeste/Cascavel (R$ 1.683,97) e os menores na Central/Curitiba/Ponta Grossa (R$ 1.614,84) e Noroeste/Maringá (R$ 1.503,22).

As altas dos preços no período de um ano seguiram a mesma ordem em janeiro: na região Norte/Londrina o custo aumentou 14,9%, na Oeste/Cascavel 11,16%, na Central/Curitiba/Ponta Grossa 9,11% e na Noroeste/Maringá 9,1%.

O Custo Unitário Básico (CUB) regional do último mês foi composto 53,72% por mão de obra, 41,73% por material, 4,30% por despesas administrativas e 0,25% por equipamentos.

Problemas

De acordo com estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) os principais problemas da construção civil atualmente são o alto custo e a falta de matéria-prima. Segundo o levantamento, a questão dos insumos dificulta a atividade em meio à recuperação econômica desde o terceiro trimestre do ano passado, quando 39,2% dos empresários consultados apontaram o problema, número que subiu para 50,8% no estudo atual, referente ao quarto trimestre de 2020.

Além do preço e falta de insumos, a elevada carga tributária foi indicada por 26,8% dos entrevistados. Em terceiro lugar aparece a burocracia excessiva, com 24,1%, seguida da demanda interna insuficiente, com 23,9%.

Em Ponta Grossa, os construtores relataram a alta dos preços já em junho do ano passado e, até agora, insumos continuam com o valor elevado. “Em alguns momentos do ano passado, além da alta do preço, tivemos também desabastecimento. Alguns produtos essenciais estavam em falta ou com o prazo de entrega muito estendido. Produtos como cimento, que eu recebia em dois dias, acabavam sendo entregues com 10, 15 dias”, relata o presidente da Associação Paranaense de Construtores (APC), Gabriel Stallbaum.

Segundo ele, esse problema dos prazos foi praticamente normalizado em 2021 – o que não ocorreu com o custo do material, que segue alto principalmente entre os insumos mais básicos como tijolo e ferro.

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