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Pandemia causa retração de 67% na construção civil de Ponta Grossa

Responsável por gerar mais de 1.100 empregos novos em toda a região no ano passado, a construção civil também é um setores que está sofrendo com a crise do novo coronavírus. Apesar de ser considerada um dos serviços essenciais do Paraná – e, por isso, não ter interrompido suas atividades em meio à pandemia – os primeiros impactos negativos já começaram a aparecer. Em Ponta Grossa, a quantidade de alvarás expedidos em abril decaiu 41,4% frente ao mesmo mês de 2019, enquanto que a área total de metros quadrados autorizados por eles sofreu uma retração de 67%.

Os dados foram levantados pelo Departamento de Urbanismo da Prefeitura Municipal a pedido do Diário dos Campos. Em números absolutos, de um ano para o outro abril teve 45 obras a menos autorizadas a iniciar, que somaram uma diferença superior a 27,2 mil metros quadrados – o correspondente a quase quatro vezes o gramado do Estádio Germano Krüger, por exemplo.

O mês passado registrou 48 alvarás liberados, o menor número no comparativo com um, cinco e dez anos atrás. Em relação à área, foram aproximadamente 13,4 mil m², total inferior do que o de abril de 2019 (40,6 mil m²) e de 2010 (50,3 mil m²), mas superior ao mesmo mês de 2015 (9,4 mil m²).

O período em que a pandemia se agravou na cidade – o mês iniciou com três casos confirmados e terminou com quatorze – teve um peso tão grande no quadrimestre que também afetou o acumulado do ano na construção civil. Neste ano foram aprovados 300 alvarás de construção, que totalizaram mais de 106 mil metros quadrados.

Novamente, comparando o período ao de anos anteriores ele é o menor da série. Na quantidade de obras, são 15,5% a menos do que há um ano, 1,3% a menos do que há cinco anos e mais de a metade em relação ao registrado há dez anos. Considerando a área a ser construída, as reduções são ainda mais expressivas: -69,8% no comparativo ao primeiro quadrimestre de 2019, -8,6% no comparativo aos quatro primeiros meses de de 2015 e -46% no comparativo ao mesmo período de 2010.

 

Verticalização recente

Entre as dez maiores cidades do Paraná no quesito população (Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Colombo, Guarapuava e Paranaguá, nesta ordem), o principal município da região dos Campos Gerais é o segundo maior em área demográfica; com mais de dois mil quilômetros quadrados, fica atrás apenas de Guarapuava (3,1 mil km²).

Porém, com uma área urbana também extensa e a criação de núcleos habitacionais cada vez mais espalhados, o processo de verticalização é recente – mais de 330 prédios surgiram a partir de 2010.

A quantidade de edifícios com três ou mais pavimentos que tiveram a sua construção autorizada é maior em 2020 do que em 2019, mas menor do que no mesmo recorte de cinco e dez anos atrás. Em 2020 treze edificações foram liberadas, enquanto que de janeiro a abril de 2019 foram sete, nos quatro primeiros meses de 2015 foram dezoito e em 2010 foram quatorze.

Nesta série histórica o mês de abril tradicionalmente já é fraco neste quesito: em 2010 e 2019 apenas um prédio foi autorizado e em 2015 e 2020 nenhum alvará com estas características foi expedido.

Impactos a nível nacional

Dados da Sondagem Indústria da Construção divulgados nesta semana pela Confederação Nacional da Indústria, com apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), indicam que o nível de atividade do setor baixou para o menor patamar da série histórica, iniciada em 2010. A redução bateu recorde de rapidez, registrando 28,8 pontos em uma linha divisória de 50 pontos, que separa crescimento e queda do nível de atividade.

Os indicadores de evolução do número de empregados também ficou abaixo da linha, com 39 pontos. De acordo com a Sondagem, porém, a queda no emprego não acompanha a queda na atividade. “O motivo se deve provavelmente à rapidez e surpresa da queda da atividade e à reação das empresas por meio de ajustes temporários como férias coletivas, redução de jornada de trabalho e/ou suspensão do contrato de trabalho”, avalia a CBIC.

As condições financeiras das empresas também pioraram, revertendo a evolução positiva dos três trimestres anteriores. Diante da atual conjuntura, os empresários demonstram queda acentuada de confiança e expectativas de baixo crescimento para os próximos meses.

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