A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China segue envolvida em expectativa, mas também em protestos. Ao mesmo tempo que a ida de um governante ao exterior pode surtir novas parcerias e fortalecer negócios, os olhares dos críticos ao atual governo federal pousaram sobre os integrantes da comitiva que acompanha Lula, mais especificamente sobre João Pedro Stédile na comitiva na China.
Stédile na comitiva da China
Embora Stédile seja economista, e tenha recebido prêmios em função de um trabalho descrito como social, o fato de ele também ser membro do coletivo da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) preocupa empresários do agronegócio. Sua presença no grupo apontaria para a legitimação da invasão de terras, e como o termo “improdutivas” tem se demonstrado subjetivo, a viagem de Stédile desagrada personalidades do setor.
Nas redes sociais, o ex-deputado Paulo Eduardo Martins (PL-PR), foi um dos que protestaram em razão da presença de Stédile nas fotos oficiais da comitiva no país asiático. “Lula incluiu o criminoso João Pedro Stédile, General do MST, na comitiva que visita a China. É inadmissível que alguém que vive da prática de crimes e do atentado permanente ao ordenamento democrático integre uma missão oficial, mesmo que seja para visitar uma ditadura. O Congresso precisa reagir duramente”, opinou, sem papas na língua.
Na China, Stédile deu entrevista à imprensa, declarando o que motivou sua presença: “É uma convivência democrática. Quem está na comitiva é o pessoal do governo e os deputados, a maioria, são progressistas. Ficamos falando o tempo inteiro de agricultura, do que a China pode nos ajudar. (…) Viemos com o objetivo de conhecer as experiência da China na área da agricultura, porque, pouca gente comenta no Brasil, mas aqui é essencialmente agricultura familiar, por conta da reforma agrária feita na época da Revolução”, disse, acrescentando que há interesse em conhecer o uso das máquinas agrícolas por camponeses.