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Óleo de cozinha é um dos vilões no entupimento de rede coletora

Um dos grandes vilões dos entupimentos da rede coletora de esgoto é o óleo de cozinha. Junto com outros materiais, ele pode provocar extravasamentos em vias públicas e refluxo nos imóveis. Além disso, se descartado inadequadamente nos ralos e pias, o óleo pode interferir no processo de tratamento de esgoto nas estações da Sanepar.

Para reduzir esses impactos e desenvolver as responsabilidades ambiental e social, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) tem o programa Trate Bem a Rede, em parceria com prefeituras, escolas e outras instituições em todas as regiões do Estado.

O projeto Se ligue nessa ideia, sem óleo na rede é um dos braços desse programa. Lançado internamente na Sanepar em 2014, o projeto teve por finalidade trabalhar a importância da destinação correta do óleo entre os empregados da Companhia e entre seus familiares. Em 2016, a iniciativa ganhou corpo e extrapolou o ambiente da empresa, angariando adeptos e parceiros nas comunidades. Foram disponibilizadas bombonas de coleta de óleo nos escritórios de atendimento ao público.

Hoje, são 211 pontos de coleta em todo Estado que recebem o óleo de cozinha descartado dos empregados e dos clientes da Companhia. O projeto também apoia instituições com interesse em ter um ponto de coleta de óleo nas suas dependências. A Sanepar doa as bombonas, cede material de divulgação e auxilia com atividades socioeducativas, como palestras e oficinas.

Exemplo

O município de Coronel Vivida é um exemplo de sucesso desse trabalho. Desde 2016, está em andamento parceria com o Grupo de Escoteiros Tupinambá para a coleta do óleo. Ao longo desse tempo, o projeto Se ligue nessa ideia, sem óleo na rede ganhou apoio do comércio da cidade. Já foram coletados 2,7 mil litros de óleo. Todo esse resíduo deixou de ir para a rede coletora e foi destinado para uma indústria que processa produtos de limpeza, biocombustível e outros materiais.

Segundo a chefe do Grupo de Escoteiros, Arcelina Sandri, o valor arrecadado com a venda tem sido revertido para as ações e projetos ambientais na comunidade. “Os valores são simbólicos, mas contribuem para o custeio de material de divulgação”, disse. A chefe explica ainda que a parceria vai ao encontro do objetivo do Grupo: desenvolver ações com a comunidade em prol do meio ambiente e do bem-estar social. “Cabe ao escoteiro o 'aprender fazendo'. E isso torna-se mais fácil e com resultado significativo quando buscamos parcerias”, diz Arcelina.

Ganho ambiental

Para a Sanepar, o ganho do projeto é ambiental, pois reduz a incidência de óleo na rede coletora de esgoto, melhora o processo de tratamento e ainda preserva os recursos hídricos – em especial os mananciais de abastecimento, que em Coronel Vivida são os rios Jacutinga e Barro Preto. A assistente social da Sanepar Marilúcia Cyrino Rodrigues diz que junto com o trabalho de coleta há também a sensibilização da comunidade sobre o descarte correto desse resíduo.

“Os jovens nos auxiliam a mostrar que o óleo provoca contaminação da água e do solo e que causa danos às redes coletoras e às estações de tratamento de esgoto. A inciativa contribui ainda com a economia, gerando trabalho, renda e novos negócios. Portanto, o ganho socioambiental é muito grande”, afirma a assistente social.

Os escoteiros e a Sanepar querem ampliar essa rede do bem em Coronel Vivida. Por esta razão, continuam fazendo visitas aos comerciantes do ramo hoteleiro e alimentício, explicando sobre o projeto e sobre a importância de se fazer a doação do óleo usado. O valor arrecadado será utilizado em ações de caráter social e ambiental para a própria comunidade.

Para Cleusa Floriano, sócia-proprietária do Supermercado Floriano, a colaboração com o projeto de coleta do óleo é porque sua empresa acredita que o sucesso começa com pequenas atitudes e que no final gera grandes resultados. “Assim é que vemos esse projeto. É menos poluição na natureza, nos rios e solo. É trabalho para um ramo do comércio. São ações que nos gratificam em participar”, afirma Cleusa.

Na cidade de Coronel Vivida há três pontos de coleta para quem quiser contribuir: no posto do Corpo de Bombeiros, no Country Club e no escritório de atendimento ao público da Sanepar. Para doar, basta armazenar o óleo frio em garrafas pet e entregar nos pontos de coleta ou aos comerciantes. Há bombonas de 50 litros que poderão ser deixadas no estabelecimento para guardar o óleo até o momento da retirada.

Doação e oficinas

Em Ponta Grossa, desde 2015, a Casa da Acolhida é parceira da Sanepar no projeto “Se ligue nessa Ideia”, sem óleo na rede. Somente no último ano, 541 litros de óleo de cozinha usados recolhidos pelo projeto foram convertidos em doação de produtos de limpeza para a instituição.

Além da doação dos materiais de limpeza, a Sanepar também promove oficinas de capacitação para a produção de sabão ecológico, utilizando o óleo de cozinha usado como base.

De 2017 até agora, foram promovidas 14 oficinas para a comunidade. De acordo com Luciana Garcia, da área de Meio Ambiente da Sanepar, a divulgação do projeto e da coleta de óleo é realizada em todas as atividades internas e externas de educação socioambiental e em projetos com escolas, associações de moradores e prefeitura.

Óleo por lousas

Na região Oeste, o trabalho de coleta do óleo está sendo feito em parceria com as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Cascavel, Capitão Leônidas Marques, Matelândia, Corbélia, Céu Azul, Guaraniaçu e Três Barras do Paraná. Desde julho de 2017 até agora, foram coletados mais de 2,6 mil litros de óleo entregues para uma empresa de reciclagem.

O valor arrecadado será utilizado para a aquisição de lousas digitais que vão auxiliar no processo de aprendizagem dos alunos das próprias Apaes. A compra está sendo complementada com ações de voluntariado dos empregados da Sanepar.

Caixa de gordura

A falta ou a instalação errada da caixa de gordura é uma das principais causas dos entupimentos nas tubulações do esgoto. A gordura se solidifica e forma uma espécie de tampão dentro das redes.

A orientação é para que cada imóvel tenha sua caixa de gordura e que os responsáveis façam manutenção e limpeza periódicas para evitar transtornos. O óleo e a gordura devem ser separados e podem ser destinados para projetos solidários, instituições ou pessoas que os utilizam como matéria prima para fazer sabão e detergente.

 

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