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O que os empresários pensam da economia e de Ponta Grossa?

A partir de hoje, e sempre aos sábados, o Diário dos Campos trará uma entrevista com algum empresário de Ponta Grossa. A série de reportagens quer mostrar como é administrar uma empresa numa cidade pequena, mas em desenvolvimento, e, ao mesmo tempo, morar num município 100 km distante da capital, mas com realidade bastante diferente.

Para falar sobre os desafios e planos no setor de infraestrutura, o DC ouviu o presidente da concessionária CCR RodoNorte, José Alberto Moita. Ele assumiu a posição em 2013, após atuar durante três anos como diretor da empresa.

Moita nasceu em Belém (Pará) e radicou-se com sua família no Rio de Janeiro. Se formou Engenheiro Civil, em Brasília, e integra o Grupo CCR desde 1998. Antes trabalhou em obras importantes pelo Brasil, como implantação do metrô de Brasília, nos anos 90.

Tem uma política de ‘portas abertas’, o que o levou a atuar diretamente no processo para restabelecimento do diálogo junto ao Governo do Paraná, o que permitiu a antecipação de obras contratuais extremamente importantes para a melhoria da infraestrutura rodoviária da região – entre elas, o Contorno de Campo Largo, na BR 277, e a Duplicação da BR 376, a Rodovia do Café, entre Ponta Grossa e Apucarana, com obras em andamento. Confira a entrevista.

Diário – A empresa vem enfrentando dificuldade em função da crise econômica?

Moita – A empresa não está imune ao que passa o Brasil, esta crise política, esta desaceleração da nossa economia, esta queda imensa do PIB. Até pelo contrário, a empresa se vê hoje com uma participação forte exatamente para restabelecimento deste crescimento. Estamos acostumados a ouvir alguns cientistas políticos que esta retomada do crescimento passa pelo investimento em infraestrutura. Se for enxergar o Paraná, especificamente no caso da CCR RodoNorte, a gente tem um quadro um pouco diferente do Brasil, pela questão do agronegócio. O agronegócio no Estado é um dos grandes vetores da economia e a expectativa é que supere 2015.

Diário – Quais os planos da empresa para este e próximos anos?

Moita – Especificamente da CCR RodoNorte nós estamos há cinco anos do término do nosso contrato. Ele se encerra em novembro de 2021 e qual é o grande desafio para a gente? É exatamente a busca de um aditivo legítimo de extensão de prazo. E como que se daria esta extensão de prazo? Evidente, ela se daria por conta da inclusão no nosso contrato de mais investimentos, da questão, inclusive, da modicidade tarifária, ou seja, tem que ser a busca de um aditivo que vá de encontro aos interesses públicos, ao anseio da sociedade do Paraná que é ter um pedágio com tarifas diferentes das que ocorrem hoje e que obras importantes que não fazem parte hoje deste contrato sejam incluídas.

Diário – O Município é um lugar para a empresa crescer?

Moita – O nosso serviço é prestado na estrada, ele é prestado para o usuário desta malha de infraestrutura brasileira. Hoje nós temos nossos usuários, na sua grande maioria, do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul com destino ao Porto de Paranaguá. 78% do nosso tráfego são de caminhoneiros, ou seja, de quem está transportando cargas por este país. A estrada que administramos cruza 18 municípios, mas, sem dúvida nenhuma Ponta Grossa é um dos principais polos do Paraná e estar sediado aqui, ser recebido e percebido da forma como fomos, nesta cidade que tem uma atividade política muito forte, com certeza traz uma vantagem do ponto de vista da logística e da informação.

Diário – O município tem como ajudar a empresa e estar presente no dia a dia?

Moita – Nós prestamos serviço na estrada, para usuários. Agora, com certeza, você ter uma cidade universitária, estar numa cidade em desenvolvimento, com este nível de formação das pessoas, com certeza nos ajuda, inclusive, na montagem dos nossos quadros de pessoal.

Diário – Como é viver em Ponta Grossa?

Moita – Eu já morei em 11 estados. Eu vim para Ponta Grossa em 2010 e a tenho como uma das melhores que já morei, muito pela qualidade de vida. O fato de você poder almoçar em casa não é normal em muitos lugares. Em São Paulo, no Rio, em Belo Horizonte, você não tem esta capacidade de mobilidade. Por mais que hoje a gente reclame do trânsito, o deslocamento é sempre muito fácil e rápido. Eu também tenho uma vida muito familiar e procuro muito, no meu tempo fora do trabalho, estar ligado à minha família. E esta cidade em desenvolvimento, mas com características de cidade pequena me traz muito conforto. Eu participo de dois clubes da cidade, busco ter lazer com a minha família, não perco o jogo do Flamengo e do Operário também. Eu procuro fazer o meu esporte, é muito importante para o corpo e para a mente, pelo menos cinco vezes na semana a minha corrida.

A CCR RodoNorte

Sediada em Ponta Grossa, conta com 601 colaboradores diretos na operação das rodovias e outros quase mil na execução de obras. Na área social, foi reconhecida, em 2015, pelo seu trabalho de responsabilidade institucional com o Selo Social da Prefeitura e também do Hemepar Paraná, além de obter o Selo Clima Paraná Ouro e Selo Objetivos dos Milênio, concedido pela Fiep.

Moita: “o nosso serviço é prestado na estrada”

Foto: Peterson Strack

 

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