Fundador do Grupo Madero, Júnior Durski é empresário paranaense, nascido em Prudentópolis e que transformou um sonho de trabalhar com gastronomia em uma rede de restaurantes. As marcas Madero, Madero Container e Jeronimo, Vó Maria e A Sanduicheria, formam uma rede de 142 restaurantes com 5.600 funcionários.
Em 2011, a cidade de Ponta Grossa recebeu o primeiro restaurante do Madero no Shopping Palladium. Já em 2016, após um acordo entre a prefeitura e Durski, foi inaugurada a fábrica do grupo com 11 mil metros quadrados no distrito industrial do município. O local é responsável por 92% de tudo que é consumido pelos mais de 1,5 milhão de clientes distribuídos nos restaurantes.
Em entrevista ao jornal Diário dos Campos, Durski revelou os próximos planos de expansão do grupo e dos novos investimentos na fábrica do Madero em Ponta Grossa.
DC: Como estão os planos de expansão do Grupo Madero? Continua com o mesmo planejamento depois da venda de parte da empresa ao private equity norte-americano Carlyle?
JD:Essa venda foi uma decisão muito pensada e planejada. Fizemos uma mudança necessária. Tínhamos uma dívida de em torno de R$ 580 milhões e agora vamos conseguir saldar esse valor. A venda foi de 23% ao Carlyle por R$ 700 milhões. Se não conseguíssemos pagar essa dívida, teríamos que encolher a expansão e eu não queria isso. Agora mantemos os planos de expandir a rede. No ano que vem queremos abrir em torno de 50 restaurantes.
DC: O grupo planeja mais mudanças ou inovações para os próximos anos?
JD: Estamos estudando detalhes, mas já temos a confirmação que iremos abrir ações do mercado do grupo na bolsa de valores. Faremos essa abertura de capital para que pessoas físicas possam se tornar sócias da rede de restaurantes. Em conversa com clientes e pequenos empresários, vimos a vontade de várias pessoas que gostariam de ter um restaurante, mas não tem tempo e estrutura para começar um do zero. Além disso, começar um empreendimento novo não tem nada de glamour como algumas pessoas acham, tem muito trabalho e frustrações. Então pensando nisso, chegamos à conclusão que disponibilizar uma parcela das ações seria uma ótima maneira de trazer novos sócios que gostam da proposta do Grupo Madero. Em torno de 25% estará disponível para esses novos sócios, mas isso será apenas em 2020.
DC: Nesse planejamento do próximo ano, o que será investido na fábrica de Ponta Grossa?
JD: Iremos investir inicialmente os 200 milhões já previstos para ampliação de maquinários para produção de mais alimentos. A fábrica de Ponta Grossa é muito importante para a rede de restaurantes, já que de lá sai a maioria dos alimentos que são comercializados. Ela também está incluída na nossa expansão geral. Em 2023, temos a meta de empregarmos 23 mil pessoas somando todos os restaurantes e fábricas.
DC: Recentemente, o empresário Paulo Carbonare deixou a Prefeitura de Ponta Grossa para trabalhar como diretor de marketing do Grupo Madero. Como foi essa decisão de escolher um empresário ponta-grossense para ocupar um importante cargo na empresa?
JD: Tenho que dizer que eu admiro a administração municipal de Ponta Grossa. Sempre digo que deveria servir de inspiração para outras prefeituras. Além disso, admiro muito os servidores da prefeitura, são pessoas competentes, sérias e honestas. Por isso, conhecendo a trajetória do Carbonare e sabendo da vontade dele em ter novas experiências profissionais, resolvi fazer o convite. Então conversei com o prefeito Marcelo Rangel, que disse da importância da presença do Carbonare, mas que ficaria muito feliz que ele assumisse um cargo na minha empresa. Eu precisava de uma pessoa que entendesse de gestão e isso o Carbonare entende e muito, e tenho certeza que irá fazer um ótimo trabalho.
