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Mulheres na política: Brasil é um dos piores no ranking

No domingo (8), comemoramos o Dia Internacional da Mulher, data que marca a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens. No entanto, quando se fala em participação política, percebe-se ainda há muito a se avançar: já se passaram quase 100 anos desde que as brasileiras adquiriram o direito de votar e serem votadas. Apesar disso, a representatividade feminina em cargos eletivos ainda é muito baixa em comparação à participação masculina.

Para se ter ideia da disparidade, segundo levantamento da União Interparlamentar (UIP), em janeiro de 2020 o Brasil ocupava a 140ª posição entre 189 países analisados no que diz respeito à porcentagem de mulheres nos parlamentos, bem atrás de países como Senegal (14ª posição) e Equador (26ª posição), por exemplo.

Nas eleições de 2018, a bancada feminina no Senado foi reduzida de 13 para 12 senadoras, o que corresponde a 14,8% do total de 81 cadeiras. Para a Câmara Federal, foram eleitas 77 mulheres, o que representa 15% das 513 cadeiras. Entre as mulheres eleitas, está Aline Sleutjes, que é da região. Na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), são cinco deputadas, que representam 9,25% do número total de parlamentares. Integra o grupo de cinco deputadas a ponta-grossense Mabel Canto (PSC)

Nos legislativos municipais a situação é ainda pior. O Diário dos Campos levantou o número de vereadoras em cidades do Paraná de porte semelhante ao de Ponta Grossa. Em Ponta Grossa, na atual legislatura, entre os 23 vereadores, há uma mulher, a Professora Rose (PSB), o que representa 4,34% do total de cadeiras. Em Londrina, são 19 vereadores, entre os quais há uma mulher. Na Câmara de Cascavel, há uma mulher entre os 21 vereadores. E, na Câmara de Maringá, não há mulheres no grupo de 15 vereadores.

Dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que nas eleições de 2018, a exemplo de eleições anteriores, os homens dominaram a disputa para os cargos majoritários. Ao todo, participaram 475 candidatos e 94 candidatas. Para todos os cargos, a diferença entre os gêneros é semelhante. Concorreram à vaga de presidente da República 11 homens e apenas duas mulheres. Na disputa aos cargos de governador, eles somavam 170 candidatos e elas, 29. Disputaram as 54 cadeiras disponíveis no Senado 294 candidatos contra 63 candidatas.

Na sessão de quarta-feira (4), na Câmara de Ponta Grossa, a vereadora Professora Rose usou a tribuna para abordar o assunto. Para a vereadora, nos últimos anos, o Brasil vivenciou uma progressão no debate público em torno das questões femininas e temas como assédio, aborto, maternidade e carreira vêm sendo discutidos amplamente na sociedade e ganhando espaço no cenário político. No entanto, para ela, esse debate ainda se encontra muito distante do desejado. "Muitas mulheres ainda têm dificuldades de ocupar cargos de poder, serem eleitas ou terem voz ativa nas tomadas de decisões políticas", aponta. "Precisamos apoiar as mulheres que fazem parte da vida pública e incentivar, cada vez mais, a participação feminina na política", ressaltou.

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