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Mulheres ganham 26% a menos do que os homens no Paraná

Neste domingo (8) é celebrado o Dia Internacional da Mulher. A data foi oficializada em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU), mas remonta ao início do século XX quando grupos de mulheres reuniram-se em protestos devido a condições desiguais de trabalho – que, segundo informações oficiais, persistem até os dias atuais. O rendimento médio das brasileiras é 20% menor do que o dos homens, e no Paraná a diferença é ainda maior, chegando a 26%.

Estes foram os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através da sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua, datada do último trimestre do ano passado.

Enquanto que as mulheres registraram um rendimento médio mensal de R$ 2.107 em todo o país, os homens tiveram um valor R$ 548 maior (mais de a metade do salário mínimo vigente). No estado a diferença equivale a quase 80% de um salário mínimo, já que as trabalhadoras tiveram uma média salarial de R$ 2.193 frente aos R$ 2.987 registrados pelos homens.

Outro indicador econômico no qual as mulheres seguem atrás é no desemprego, ainda que neste quesito o estado possua um desempenho melhor que o total nacional. A taxa de desocupação no Brasil – ou seja, pessoas desempregadas que “tomaram alguma providência efetiva” para conseguir uma vaga – no último trimestre de 2019 foi de 11%, mas com diferenças significativas entre homens (9,2%) e mulheres (13,1%). No Paraná, no total da desocupação 47,2% são homens e 52,8% mulheres.

Cenário

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), até 2030 64,3% das mulheres com idade entre 17 e 70 anos estarão empregadas ou buscando trabalho, muito diferente do início dos anos 90, quando eram apenas 56,1%. Com isso, a participação masculina tem sofrido redução, passando de 89,6% para 82,7%.

Mulheres na liderança

De acordo com dados do Great Place to Work (GPTW) de 2019, as mulheres são minoria em cargos de alta gestão. Conforme aponta o levantamento, 45% estão nas médias lideranças (gerente/coordenadora), 26% na alta liderança (diretora, gerente sênior) e apenas 16,4% nas cadeiras de presidência/CEO.

A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2018/2019 afirma que o Brasil ocupa a 7ª posição se tratando da quantidade de mulheres que estão à frente de negócios em estágios iniciais – aqueles com menos de 42 meses de existência. Apesar de animador, este número ainda tem potencial de melhoria. Dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups) mostram que no Brasil temos quase 24 milhões de mulheres empreendedoras, mas que 40% das startups não contam com a presença feminina no quadro de funcionários.

Olhar feminino

Equipe da Niké Gestão humanista é formada exclusivamente por mulheres (Foto: Fábio Matavelli )

Criada em 2017 a partir da percepção da necessidade de um olhar humanista para promover a sustentabilidade das organizações com foco no crescimento e desenvolvimento do ser humano, a Niké Gestão Humanista é uma empresa ponta-grossense de consultoria composta exclusivamente por mulheres.

Para a fundadora Andressa Bach, a tendência atual que tem se apresentado no mundo corporativo é a percepção da importância do cuidado e do desenvolvimento das pessoas para alcançar resultados sustentáveis. “E é exatamente nisso que as características femininas aparecem como um diferencial, pois, possuindo uma sensibilidade aguçada para pessoas, as mulheres tendem a realizar a gestão de relacionamentos de maneira muito eficaz”, avalia.

“Além disso, um atendimento mais cuidadoso e humano gera mais abertura nas equipes e menores resistências às mudanças, trazendo como consequência, melhorias contínuas nos processos e alto desempenho. Aliadas a isso, competências como dinamismo, comprometimento, visão sistêmica, dedicação, resiliência, otimismo, entre outras, são encontradas facilmente em profissionais mulheres”, afirma.

“Nossa intenção não é competir com os homens ou gritar ao mundo que mulheres são mais competentes”, destaca a fundadora da Niké Gestão Humanista (Foto: Fábio Matavelli)

 

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