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Mudança na legislação provoca demissões em fábricas de extintores

Funcionários da Extinpel, fábrica de extintores de Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro do Paraná, protestaram nesta segunda-feira (21) contra o fim da obrigatoriedade do uso de extintores. Com a decisão do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), divulgada na última quinta-feira (17), que desobriga carros de passeio, caminhonetes, camionetas e triciclos de cabine fechadas a terem extintores, a empresa deve demitir cerca de cem funcionários até o fim da semana. Os trabalhadores fizeram uma passeata pelas ruas do município e carregaram faixas de protesto com as palavras “Luto” e “Que país é esse?”.

A empresa produzia cerca de 30 mil extintores por mês e investiu mais de mais de R$ 1 milhão na compra de novos maquinários para a produção do modelo ABC, exigido pelo Contran. Um dos donos da empresa afirma que os prejuízos passam de R$ 2,5 milhões. “Agora, com a nova decisão do Contran, ninguém quer mais comprar. Atualmente, tenho mais de 20 mil peças encalhadas no estoque e outras cem mil paradas na linha de produção”, afirmou em entrevista ao Bonde, e desabafou: “Esse país não é sério”

Segundo a Associação Brasileira dos Fabricante de Extintores (Abiex), milhares de pessoas devem ser demitidas em todo o país. A multinacional Kidde já teria demitido cerca de 5 mil funcionários, a  Resil, dez mil e a paranaense Mocelin começou demitindo 20% do quadro. “Estamos tentando enxugar ao máximo a produção. Já foram 25 demitidos, mas certamente terão mais”, disse Francielly Peretto, gerente administrativa da empresa, em entrevista ao site Mais Pioneiro.
O Contran justificou o fim da obrigatoriedade com a informação de que os carros atuais possuem tecnologia com maior segurança contra incêndio. A obrigatoriedade continua para táxis, caminhões, caminhão-trator, micro-ônibus, ônibus e veículos destinados ao transporte de produtos inflamáveis.

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