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Metade das empresas de Ponta Grossa pode fechar as portas em até um mês

Cerca de 2,2 meses. Esse é o tempo médio que as empresas de Ponta Grossa suportarão se manter às medidas de isolamento decorrentes da pandemia do novo coronavírus. O dado foi retirado da pesquisa divulgada pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico da cidade (CDEPG), feita por meio de questionários aplicados a empresários locais de diferentes atividades econômicas. Elaborada há cerca de dez dias, ela ficou aberta à respostas por uma semana – e, portanto, considera as restrições do período.

Mais de a metade das empresas participantes (51,5%) afirmaram que conseguem manter seus negócios por no máximo um mês; do total, 21,5% disseram já não ser mais possível seguir as atividades. 27,3% devem suportar entre 2 a 3 meses, 13,6% de 3 a 6 meses e apenas 7,7% indicaram ter estrutura para ficar de portas abertas por mais de meio ano.

“Existem áreas que sobreviveriam por um período maior, como é o caso do agronegócio, comércio atacadista e Assessoria e Consultoria/Contabil/ADM, os quais têm, respectivamente, 67%, 29% e 26% dos seus estabelecimentos que sobreviveriam mais de 6 meses de medidas de distanciamento, ressaltando existir também estabelecimentos que não conseguiriam sobreviver a esse período, como Eventos (38% dos estabelecimentos), Transporte de cargas (33%), academias (33%), Gastronomia/Bares/Restaurantes (30% dos estabelecimentos), dentre outros”, aponta a pesquisa.

“Isso é muito grave e nos preocupou muito no resultado, porque o abrandamento das medidas não refletiu em grande melhora; as restrições seguiram e as empresas acabaram não se recuperando como acharam que iam se recuperar”, disse Felipe Podolan, coordenador da câmara técnica do CDEPG responsável pela pesquisa, em entrevista transmitida ao vivo no facebook do DC.

“O prejuízo já está lançado daqui para trás, mas o entendimento é que daqui pra frente as medidas devem ser relaxadas não aos poucos, mas de forma agressiva, tomando medidas de prevenção como incentivar o uso de máscaras e álcool em gel”, destaca. Para Podolan, do ponto de vista econômico e baseado nos dados obtidos pela pesquisa, a circulação de pessoas deve voltar com os cuidados individuais de higienização para que ocorra a circulação de riquezas. “O efeito do fechamento de 51,5% das empresas da cidade vai refletir em um enorme desemprego, crise financeira, de arrecadação e fome para o povo. É muito grave o que pode vir a acontecer se a situação seguir nesta linha que estamos seguindo”, afirmou o coordenador.

Segmentos

A pesquisa, feita em conjunto ao Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (NEREPP– UEPG), ressalta que praticamente todas as atividades tiveram estabelecimentos que argumentaram não ter como suportar novas medidas de isolamento, mas têm destaque negativo os segmentos de Eventos, Transportes de Cargas, Academias e Gastronomia/Bares/Restaurantes. “Essas atividades estão no limite e precisam de uma atenção especial, seja para revigorá-las como também para que se tenham medidas mais assertivas se novas medidas forem implementadas”, destaca o estudo técnico.

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